De mão dada com o preconceito ando feliz pelas ruas.
Um sorriso aqui, um olhar ali...
Mas ele existe e nada faço para acabar com ele.
Cavo a minha própria sepultura...
Encontro o Sr. Racista, o Sr. Preconceituoso...
Sim, porque o preconceito está no olhar
e quando nos chocamos com essa troca de olhares
ficamos admirados por haver muitas maneiras de ter preconceito.
Mas o preconceito do amor é o mais falado, o mais banido da sociedade.
Fala-se muito de amor, de atidude, de saudade,
de almas gémeas, mas o real é o falar.
Porque se quer um mundo melhor e porque sentimos na pele esse preconceito.
Inventamos desculpas para não mexer no assunto,
ou se falamos nele é com dor, revolta.
Mas quem o permite somos nós...
Continuo feliz pela estrada semeando palavras, colhendo atitudes.
Escondo o meu rosto pela vergonha de te ter ao meu lado....
Vozes de dedos apontados descriminam quem nos faz feliz
e o sentido proibido da sociedade obriga a traçar caminhos para a fotografia,
nunca esquecendo que a fotografia é a lembrança da saudade presente.
A fotografia é um flash instantâneo do pensamento.
Neste registo, passado, presente e futuro, fica sempre,
de geração em geração, o vírus do preconceito.
Nas minhas mãos ficam as marcas, na alma o sorriso.