domingo, 19 de outubro de 2014

O Preconceito

      
De mão dada com o preconceito ando feliz pelas ruas.
Um sorriso aqui, um olhar ali...
Mas ele existe e nada faço para acabar com ele.
Cavo a minha própria sepultura... 
Encontro o Sr. Racista, o Sr. Preconceituoso... 
Sim, porque o preconceito está no olhar 
e quando nos chocamos com essa troca de olhares 
ficamos admirados por haver muitas maneiras de ter preconceito.
Mas o preconceito do amor é o mais falado, o mais banido da sociedade. 
Fala-se muito de amor, de atidude, de saudade,
de almas gémeas, mas o real é o falar. 
Porque se quer um mundo melhor e porque sentimos na pele esse preconceito. 
Inventamos desculpas para não mexer no assunto,
ou se falamos nele é com dor, revolta. 
Mas quem o permite somos nós... 
Continuo feliz pela estrada semeando palavras, colhendo atitudes. 
Escondo o meu rosto pela vergonha de te ter ao meu lado.... 
Vozes de dedos apontados descriminam quem nos faz feliz 
e o sentido proibido da sociedade obriga a traçar caminhos para a fotografia, 
nunca esquecendo que a fotografia é a lembrança da saudade presente.
A fotografia é um flash instantâneo do pensamento.
Neste registo, passado, presente e futuro, fica sempre, 
de geração em geração, o vírus do preconceito.
Nas minhas mãos ficam as marcas, na alma o sorriso.