segunda-feira, 23 de maio de 2016

Voar






Meu espírito voa
Fora de meu corpo
Encontro  a tua presença
A liberdade
Asas de imaginação
Imagens  procuradas
Encontradas num mundo
Que percorro
dentro de ti
Pouso  em cada ramo
Na montanha das emoções
Verdes  folhas de magia
Oxigénio  do respirar
Da cristalina  água
Paraíso  deslumbrante
De ventos constantes
Transformam ecos
Na resposta da mente
Voo
Na lonjura  do horizonte
De pés fixos  na raiz
Estendo terra queimada
De um fogo transparente
Na direção da...vida
Onde estou?
Ao teu lado

domingo, 22 de maio de 2016

Cartão de Crédito





A vida é como um cartão de crédito; vamos ao banco, falamos com o gerente, expomos as nossas necessidades, ele analisa a situação, metodicamente, e pergunta se nós concordamos com a entrega de um cartão de crédito com plafond X.
Consoante o nosso comportamento e desenvolvimento para a sua utilização, os valores vão aumentando.
Assim é a nossa vida; nascemos e Deus, o banco, entrega-nos um cartão para os nossos gastos na terra, uma vez que nos tempos em que vivemos nada, ou quase nada, se faz sem ele.
Pergunto, antigamente não havia banco?
Sim, havia o que chamamos de mealheiro, como também a troca por troca. Segundo as capacidades de cada um, a vida era gerida de acordo com o pensar, a consciência.
Quando nascemos não somos nós que gerimos o nosso cartão, mas sim os nossos pais ou quem fica com a nossa guarda. Somos um empréstimo de Deus.
Com o crescimento vamos acumulando valores, e a nossa personalidade é construída pelo olhar da nossa alma, que vai sendo registada no nosso chip. 
                Passamos a ter o livre arbítrio das escolhas e aqui começa a  utilização do nosso cartão: gastamos em nosso benefício ou exageramos.  Somos donos de nós mesmos, do nosso eu, ou de quem sou, sempre com fé, esperança, querendo acreditar no sonho que comanda a vida.
Por vezes, preferimos justificar o nosso exagero com o outro, alguém exterior a nós, sempre com a desculpa que não vi, não sabia, fingindo, ou melhor camuflando o erro pela desculpa, pelo perdão, troca por troca.
                Pagamos os juros, bem altos, pela falta de respeito a nós próprios, como também ao próximo.
Esgotado o plaflond a vitimização entra em acção, perdendo o tempo justificando  sempre o erro: se eu soubesse...
                A atitude e o propósito da vida ficam parados no esquecimento de quem somos, como também, a cada dia que passa, perdemos a liberdade e ficamos prisioneiros  a um passado errante.
                A sabedoria onde está?
Sim, a idade do corpo é  diferente da idade da alma. Sou novo quero ser velho, sou velho quero ter o tempo novo. A idade não tem tempo, mas sim o registo da assinatura feita por mim.
Peço uma segunda, terceira oportunidade e é-nos dada, mas a saturação do lamento fica desgastada.
No banco, o gerente toma a decisão de não aceitar mais o problema, que não é seu, apesar de sempre acompanhar ao milímetro todo o comportamento.
                O que faço agora?
                Vou buscar a minha  fé, a força de quem sou eu e tomo atitudes. 
                Sem pressa reconquisto a confiança, a alegria, a saúde mental e o milagre acontece.
O meu plafond foi aumentado pelo meu esforço.
                O cartão de crédito  é  a vida. Se a utilizarmos  bem temos benefícios fiscais, com qualidade e não em quantidade.
Deus é a minha fonte de energia, de cada partícula de vida que eu vivo, é o meu banco de Luz.
E o cartão? Sou eu.









sábado, 21 de maio de 2016

Amar ou Gostar






Duas forças
Dois sentimentos
Num só espírito
Que se cruzam num só pensamento
Diferentes ,iguais
Alma que grita a carência do amor
Amar
Continuação do gostar
De pequenos nadas construído em detalhes
Prolongamento da emoção
Trabalho cirúrgico
Correções  bisturis
Numa operação de resgate
Dreno atentamente
A composição entre o corpo e o espírito
Anatomia do estudo transpiritual
Psicadélico no olhar da alma
Rasteiras inteligente
no teclado de memórias
Gostar
Ar que respira a transpiração de todo ser vivo
Procura fungante
Milhares de partículas
Em cada tragada do teu abraço
Inalação do respeito
Respiro sofregamente  a vontade a dois
Oxigénio libertado
A longo prazo
Na cicatrização de lesões crónicas
Ar condicionado portátil
Refresca tempos de frescura
Entre a luz do espelho
reflexo instantânea
Mecanismo  involuntários a estímulos
Da resposta do teu sorriso
Gostar é amar

domingo, 15 de maio de 2016

Pensamentos

São Francisco de Assis...

Chagas feridas abertas da alma


São Jorge...

Toda a proteção  está debaixo das patas do cavalo


Santa Rita de Cássis....

O impossível è a certeza da busca




Santo Onofre...

A tua casa é uma arvore
A tua vida é a raiz escondida dentro de ti




São Judas Tadeu....

A traição está nos valores escondidos
na mão alheia




Santa Teresinha...

A pureza do lírio
É o perdão do agora





São Tomé....

A dúvida  é a humanidade do teu espírito




Santo António....

Nas tempestades
Renasce a força da Fé




Santo Expedito....

A fidelidade é a certeza da consciência



São Félix....

A boca da injustiça
São a proteção de cada olhar





São Pancrácio....

A boca fala
O que o coração esconde






São Pantaleão...

A cura é a morte
Do renascer






quarta-feira, 11 de maio de 2016

Aliança...








Duas mãos uma aliança
Duas vidas em comunhão
Trabalham arduamente
Escavando a vida
Calejada pelo sentimento
Na procura do amor eterno
Compromisso de respeito
Na liberdade do pensamento
Promessas  de sonhos
Marcado pelo nascimento
Esperança  da lembrança
Do teu olhar
Aliança
Migalhas  de loucura
Cruzam realidades  da independência
Recados  gravados do invisível
De um coração apaixonado
Confiança  alcançar a segurança
Na fidelidade  da compreensão
Aliança 
Presente  embrulhado em laços fortes
Surpresas  de sabedoria
Do fogo em chamas
Apagadas no momento
Da responsabilidade
Perante tu e eu
Diferentes  ,iguais
Na aliança do Amor

terça-feira, 10 de maio de 2016

O Peregrino









Descalça percorro estradas
Tendões rígidos pela tensão
Feridas abertas
Pela bolha transparente
De pensamentos de fé
Na procura do paraíso fiscal
Impostos  desviados
pela fuga da dor
Promessas projetadas
Na força, na esperança
Do equilíbrio da alma
Pagas no portal digital
Mesas postas de alimentos
na comunhão do queijado
Seguro a lágrima
Caída a céu aberto
Câncer de solidão
Esmagado por pegadas
Cruzamentos de gerações
Numa peregrinação emigratória
Arranco dentro de meu peito
O grito.... porquê meu Deus
Massajo a fé
Duas mãos calejadas
Rezam terços no rosário
Contas e mais contas
fechadas por bocas silenciosas
No regresso
Á Virgem Maria
A luz da vela acesa
Numa assembleia espiritual
Peço perdão...
Nostalgias soluçadas
Da chegada ao embalo de minha mãe
Cumprida a promessa
A transformação começa
No voo preso a juras
Lenço brancos  no adeus
Percorro labirintos
Na fonte bebo  a sede  da fé
Inesgotável amor
Em paz ...
Digo....Ámen






segunda-feira, 9 de maio de 2016

A Procura







Tudo começa assim...
Era uma vez um menino chamado Paulo que cresceu numa família humilde, de muito trabalho, mas principalmente, de união familiar.
Depois da ceia, tinha por costume sentar-se com a sua avó, junto do lume, a contar histórias de vida reais, dos antepassados, de gerações com tradições de muita sabedoria.
Paulo era o primeiro a comer para, depois, se sentar no seu banquinho a beber saberes e mais tarde analisar tudo ao seu modo e jeito.
Paulo tem 7anos. É inteligente, astuto, bondoso, mas a sua generosidade vai além das suas capacidades. É um menino de ouro!
Já nasceu a ouvir falar de fé, porque a sua mãe tinha grande devoção por Nossa Senhora de Fátima, como o seu pai, apesar de ser mais contido na sua devoção.
Um dia, na sua inocência perguntou:
- Mãe, o que é a fé? Posso a ver? Queria tanto conhecer Deus...
A mãe respondeu:
- Filho, a fé é o Jesus, o teu anjo-da-guarda, a Nossa Senhora de Fátima... Eles estão sempre ao teu lado...
 - Hum - pensou impressionado - ainda vou à procura da fé, porque é bom quem a tem e faz feliz.
Certa altura do tempo a sua avó adoeceu e o amor por ela era tão grande que não iria permitir que a doença a levasse.
Logo pela manhã foi à padaria para lhe darem um pouco de fé.
O padeiro voltou-se para ele contendo a gargalhada e disse: 
- Aqui não vendo fé, só pão.
Triste, mas não desistindo, foi à mercearia, ao talho, à farmácia, ao café, e até à oficina.
Cansado da resposta ser sempre a mesma sentou-se no degrau da igreja e pensou:
- Se vou buscar o leite à mercearia e já vem embalado, o mesmo para os ovos, o frango para cozinhar, o café quentinho na chávena... o remédio que cura tudo vem em frascos, o carro vem arranjado da oficina, porque não me dão só um pouquinho de fé para eu dar à minha avó, que tanto adoro? Foi ela que me ensinou tudo o que sei e sou, mas eu não vou desistir...
Uma lágrima corria no seu rosto de tristeza e cansaço quando ouviu uma voz que lhe disse:
- Porque choras, menino?
Levantou o seu rostinho, contou a sua história e o que procurava.
- Não chores, meu filho, e não a procures mais, porque já a tens...
De olhos arregalados, que mais pareciam duas estrelinhas, por serem de um verde  esmeralda,
disse:
- Onde, onde, onde está?
- Dentro de ti! - respondeu a voz.
- Não, não tenho nada, juro.
A voz continuou:
- Pelo teu amor à tua avó, encontraste Deus!
- Como? - perguntou Paulo.
A voz respondeu:
- Amarás o teu próximo, como a ti mesmo, e quem fizer o bem ao próximo está a fazer bem a si. O teu amor pela tua avó já a salvou. Vai para casa que ela está à tua espera para te abraçar.
- Espera voz, e a fé, o que é?
- É algo que tu não vês, mas acreditas no fundo do teu coração. São todos os teus sonhos que se realizam, porque tu acreditas, porque tu queres.
- Como assim, explica melhor, por favor...
A voz, pacientemente, respondeu:
- Anda cá que eu quero mostrar-te... Sabes que objeto é este?
- Um telefone, em minha casa também tenho um.
- Pega nele e telefona para tua casa e fala com a tua avó.
Paulo assim o fez e falou feliz com a sua avozinha. Quando desligou ficou pensativo, porque não entendia nada.
A voz vendo a sua preocupação disse:
- Assim é a fé... Não estavas a ver a tua avó, mas tinhas a certeza que ela estava lá. O mais importante é acreditares sempre, mesmo não vendo.
 Paulo, feliz, lenvantou-se para agradecer a ajuda, mas não encontrou ninguém.
Intrigado passava a mão na cabeça e pensava:
 - Eu não estou louco...
Correu para os braços da avó e contou-lhe o que se tinha passado.
 - Avó!
Feliz, disse:
-Tiveste uma conversa com Deus.
 Até aos dias de hoje o menino, que hoje é um homem, nunca deixou de acreditar na sua fé.
Procuramos, procuramos e a fé está dentro de cada um de nós, basta acreditar.
 
 

sábado, 7 de maio de 2016

Um Olhar...








Pequenos detalhes 
Entrelaçados de justificação
No justo da justiça
Alheia ao pormenor do olhar
Pétala por pétala
Conto histórias do nascimento
Sempre com esperança
De um dia poder colher
Vagas de tempo
Onde o tempo não existe
No perdão de teu olhar
Justiça... justiça
O quanto me obrigas
Um silêncio do meu calar
Vozes abafam lenços brancos
No adeus á ignorância fatal
Meus lábios cerram palavras de surdos
Na retina do olhar
Imagens filtradas
De séculos de histórias
De raízes tombadas na floresta Amazônica
Justiça ...justiça
Em cada olhar 
A inocência do sorriso
Da nova geração
Letras da canção
Yes We  Can...
Na fuga  do  teclado prisioneiro
Corto cobardemente
Fios condutores feridos
Do ecrã real

Mulher....Mãe







Apesar de  atrasados fica aqui a minha homenagem a toda Mulher  que se tornou Mãe
M....Maravilhosa
A...Amor
E...Encanto
Mas o sentimento  vem dentro
M....Magnifica  no respeito
U...Universo força espiritual
L...Lealdade no  sentimento
H....Humildade  no perdão constante
E....Elegância da doação
R....Rosto  um olhar
Numa  só  palavra Amor
Num  olhar distante 
Sentada  no passado
Suas mãos  levantam  o véu
Do esquecimento 
Seus  lábios se rasgam  num sorriso  ao ouvir em notas soltas da pauta
A melodia  de vozes
Palavra Mãe
Beijos doces 
Derretidos  pela lágrima  salgada
No abraço  fica a saudade   vazia 
Colo  embalado  escondido
Por  momentos esquecidos
Aonde está  meu  filho. ...
Quem és tu? !!!!
Mãe  ...sou eu




Miragem






Minha vista alcança  o que meus olhos querem ver
A mente aceita o que  a alma  sente
Fujo  com a imaginação  na ilusão de alcançar o meu desejo profundo
Navego  pela vida a dentro
Onde me delicio  profundamente  da brisa fresca em meu  rosto
Embarco  nas equações diferenciais e lineares
Onde a igualdade   tem resposta para  toda a justificação
A melodia das ondas profundas trazem lembranças 
Onde o choro comove  a fragilidade
Da miragem do futuro