A torneira é um objeto de grande utilidade e de facilitismo na vida do ser humano.
Por volta do século XIX, Thomas Crylla criou a primeira torneira de rosca para suportar a pressão da água, regulando ou detendo o fluxo de um fluído numa tubagem, apesar de no tempo dos romanos já existiam águas encanada e as torneiras já faziam parte da decoração.
O objetivo de uma torneira é controlar o fluxo de água.
Por detrás deste simples gesto de abrir e fechar, ao localizarmos uma torneira, há o desejo da água, há a sede.
Tudo começa num riacho transformado em barragens, fonte de luz, canalizando cada gota para a liberdade de rituais, que por vezes se tornam em exageros, obsessões.
Há vários tipos de torneiras, desde a mais rústica à automática, e cada um faz a sua escolha, de acordo com o conforto de economia.
Assim é a nossa vida, uma torneira.
Transportamos dentro de nós o líquido mais precioso da humanidade, a água.
A torneira é o corpo, a água o espírito.
Existem torneiras para qualquer utilização, tudo depende do que queremos ou como vamos utilizá-la.
Se for para vinho, a prova da sua qualidade, sem embriaguez.
Se for para o mel, a doçura do paladar.
Se for para cereais, o resguardo da fome.
Se for para combustível, as precauções do medo.
Há diversas maneiras de utilidade da torneira. Todo o segredo está na decisão, na força como o fazemos, podendo utilizar mais pressão ou gota-a-gota, bebericando a sede.
A resistência da torneira (corpo) está na sua função.
A água (espírito) é a sabedoria na fuga da contaminação.
A água ao ser canalizada é exposta às diversidades, ignoradas por nós com tratamentos químicos (palavras), sem filtro algum, desgastando consciências corroídas do calcário que teima viver disfarçado de sabores.
Se por um lado temos que acreditar que a água que sai da torneira é de boa qualidade, por outro vamos comprar garrafões de água, porque tranquilizam a mente da sede.
Vamos à fonte, vamos ao riacho e com toda a frescura da natureza junto minhas mãos em oração de agradecimento.
No meu olhar límpido de verde de esperança deixo cimentos esquecidos do pousar da varejeira.
A decisão está na força, na fé, na sabedoria, no sorriso rasgado pelo acreditar na minha função.
Sou a torneira que transporta a vida.