Tenho passado meses, semanas, dias e muitas horas de espera nos hospitais
Faz-nos pensar muito sobre a nossa vida
Mas também para sabermos quem somos...
Donde viemos ... Para onde vamos...
Chego sempre cedo porque não tenho estacionamento por perto
Tenho reparado que na porta das consultas externas
Existe um enorme parque só para aquele fim...
Ambulâncias....
É um entra e sai de crianças, de idosos...
Não vejo mais ninguém a não ser...
Bombeiros...
Um entra e sai de idosos sempre acompanhados por esses homens de farda...
Encontro a realidade da vida...
Solidão...
As ambulâncias são latas frias
Mas lá dentro temos corpos humanos
Que são transportados pela solidão dos familiares que os abandonaram...
O trabalho... Casa... Filhos... etc... São mais importantes do que vidas
A solidão é tão fria
Esquecida por uns
E lembrada por outros, tardiamente
Porque já mais nada existe...
A não ser...
O estacionamento...
AMBULÂNCIAS!
