quinta-feira, 4 de julho de 2013

A Bola



Todos nós somos uma bola e pertencemos a um jogo de futebol.
Falo de futebol porque gosto e é um desporto mundial,
porque a linguagem é toda igual. 
No jogo de futebol são onze jogadores, um treinador e os árbitros.
A bola anda sempre nos pés dos jogadores, ao comando deles 
e quando está parada guardam-na no armário.
Vejamos, as crianças são a bola de um casamento,
onde são utilizadas por todos nós, jogadores, treinadores,
e andam de mão em mão... desculpem, de pés em pés...
Principalmente, quando existem pais separados, 
porque, entretanto, a bola tem que ser a melhor, moderna pela competitividade.
Conheço duas crianças feitos de um casamento que à partida era uma mentira,
mas mesmo assim os pais deixaram vir ao mundo estes seres maravilhosos.
Com a separação ficaram os dois com a mãe.
Não digo que é má mãe, mas, dentro do que fazia, não tinha atitudes correctas. 
Mas a vida encarregou-se de mostrar aquilo que escrevo...
Foram para o pai já com um segundo casamento e dois filhos e ainda para um país estranho.
Mais uma vez, esta bola foi jogada para tão longe que nunca mais a conseguiram encontrar.
Perderam o contacto com todos os familiares de que estavam habituados. 
Até a própria mãe não quis perguntar por eles...
Perguntaram pelos jogadores, treinadores porque a bola estava perdida.
Os avós maternos ao se aperceberem da situação 
fizeram todos os esforços para encontrar estes netos, a bola,
porque estavamos num campeonato e o marcar golo era importante.
Estes avós trouxeram os meninos já adolescentes...
À partida já havia novas regras de jogo.... 
A menina, entretanto, faz o aniversário e,
como não via a mãe há um ano e o menino há dois anos,
os avós maternos quiseram dar-lhes uma prenda especial, a mãe.
Foram até a casa da mãe que recebeu as crianças 
com lágrimas de crocodilo, como dizia o filho.
Estiveram juntos apenas cinco minutos, onde o filho lhe disse:
"O teu pai está ali no carro. Não lhe vais dar um beijo? Ele está muito doente..." 
Respondeu ela:
"Não quero saber."
E fechou a porta na cara dos garotos...
Que mãe é esta que faz isto ao próprio pai?
Tanto desprezo...
E aos filhos também...
Um comentário dos filhos:
"Mais valia não ter vindo..."
Estou a escrever com tanta tristeza, mágoa, lágrimas de vergonha,
de saber que ainda existem seres humanos como esta criatura.
Aqui começa o jogo da bola...
As crianças não podem escolher a bola, o jogo, nem os treinadores.
Eles apenas são a ponte para todos. 
Mas para marcarmos golos às vezes o factor sorte é muito importante
e nem todos têm, infelizmente, a mesma sorte. 
Falamos também que esta equipa é a melhor... a competição, a pressão...
Também porque o campeonato está a chegar ao fim...
Estes avós estão a ensinar as regras do jogo de futebol,
a ensinar para que nunca mais lancem a bola fora do campo ou se percam,
mas sejam falados como uma bola especial e que dá muita sorte a quem a tem. 
Por isso, meus amiguinhos, joguem mas não confundam 
ou não inventem novas regras do jogo, porque e será sempre assim...
Respeito...
Respeito, educação e muito amor...
Por mais evolução que possamos fazer,
as regras são marcar... marcar...marcar para ganhar. 
Estas crianças, hoje, são grandes jogadores e desejados por muitos clubes,
porque eles são bons, mesmo muito bons. 
Tantas vezes, mas tantas vezes, treinaram para serem os melhores e marcar...
Golooo...! Golooo...! Golooo!
Aqui deixo a minha crónica desportiva... 
Respeitem para serem respeitados!