Esquecida pelo gelo das emoções...
Perdida num corpo que rasteja sobre a terra
e contra um. tempo desigual...
Zombis penetrantes em cada canto do mundo...
Os sorrisos queridos de amores levam o vento...
Transformações multiplicam-se em aços...
Grande resistência...
A fortaleza reage a um querer de sobrevivência...
A guerra das palavras provoca câncer no espírito
pela vergonha racista, tão negra, mãe negra...
Choro as grades que vivo
para sorrir dentro de mim a saudade da liberdade...
Que roubada de um tempo passou pela falta de verdade...
Grades de vida fechadas e enclausuradas de preconceitos...
Jogo as chaves da vida de um trocar de mãos...
Alianças escorrem entre os dedos frágeis, magros
pela fome de amar...
Alma penada...
Registo sombrio que carrego com dor
nas águas fundas do mar salgado,
flutuando em coletes de salvação...
Vou morrendo de desgosto,
tratando com uma delicada elegância
a beleza da alma penada...