Em teus pés brinquei, em teus pés joguei.
Rolei sobre os teus olhos
e sobre o comando de voz saltei na euforia.
Grito, é agora, e num nervosismo abafado pelo roer de unhas
pinto o meu rosto com as cores da minha pátria
e jogo um jogo de seleção por mim feito.
Ganho amigos, conheço países na procura redonda da bola,
encontro amores entre as palmas dos golos
e abraço olhares quentes pela mágoa do hino nacional.
Encontro o adversário ao virar da esquina
com a garrafa de cerveja, a caipirinha e o cachecol de vestuário.
Fico atenta ao driblar das ancas
na sedução provocada pela beleza do relvado, verde da esperança.
Com o coração a pulsar, o sangue vermelho faço
a minha bandeira preferida de uma pátria de emigrantes
num mundo onde todos jogamos o amor à bola.
Gritos de gargalhadas e melodias de apitos
num penálti de lágrimas de emoção.
Nasceu...
Goloooooo...
Goloooooo...
Goloooooo...