Perguntei ao vento para onde ía e
para me levar no seu espaço...
No rodar da vida faço migalhas de pão...
Respondeu-me, porque corres se nunca te vês?
Porque choras se o amanhã tudo muda?
O pensamento passa por me sentires...
Não sei de onde venho ou para onde vou...
Sei apenas quem eu sou...
O vento que zurra na escuridão da noite...
Passo por janelas batidas,
faço remoinhos com a força do querer.
Como invisível seco a roupa no terraço
e nos teus braços levo velas no alto mar
embaladas pelas ondas do mar.
Estou com frio...
Veste-me de inverno...
Abrigada, penso em ser um pedaço de papel
com liberdade de escrever.
No cair da folha a sementeira do amor
é espalhada pelo vento
e em cada canto da vida o sorriso ilumina corações,
alivia dores e fortalece, com aragem quente,
as cigarras a cantar.
Pirilampos iluminam o caminho de casa.
Reina o sossego, a paz...
Cheguei a casa.
Vento para onde foste?
Onde estás tu?
Posso ver-te, posso sentir-te...
Assim é todo o espírito nascido...