quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Vindimar









Pego em cada bago de teu olhar ...
Num cacho de teu sorriso
Delicio a frescura de tuas mãos ...
Num trabalho de comunhão.... ajoelho no barro da vida.
Mastigo cada grainha no paladar cansado do andar...
cobro o rosto pelo suor fatigado e escorrido..... pelo sapato desgastado
canto com pensamentos  de saudade da casa longe do meu viver
A transformação  é feita  com atenção redobrada numa mistura de vidas
A qualidade de teu olhar leva a engarrafar o desejo  com densidade
qualquer marca num mercado de meu corpo...
o rótulo fica espalhado por toda a vindima...
Quer faça sol ou chuva o grilar da tesoura  constante de um Setembro
Mostra que todo o trabalho manual é compensado pela comunhão das vozes cantadas e faladas na desgarrada da vindima
Sobre a mesa sorrisos corados  de felicidade
Vindimo a vida sempre de acordo com o meu tempo emocional
percorrendo  videiras longas sempre na esperança de encontrar.. cachoeira
Feliz bebo fruto do trabalho ... a vida