A chocadeira é o nome que dou às creches e aos lares.
E porquê?
As crianças nascem
e é uma felicidade da mãe, como também do pai.
Depois vem o problema...
Quem fica com ele, ela?!
Não é digno também para o ser humano...
Ainda a mãe está no terceiro mês de gestação
e já está a pagar a primeira prestação da creche,
mal sabendo se chega ao fim.
O que pode acontecer a esta criança?
Claro, acredito e peço sempre a Deus
que ajude este espírito de luz a sobreviver
e é por isso que se engravida...
Para chegar ao fim.
Mas voltando ao pagamento antecipado
chamo um roubo.
Como é que neste mundo tão evoluído...
tão... tão... tão…
Ainda possa existir este género de competição humana?
Para mim é um mundo cão.
Tanta inteligência, tanta sabedoria
e, ao mesmo tempo, tanta pobreza de espírito...
A creche, desculpem a chocadeira,
é um lugar onde mãe e pai vão pôr os seus filhos,
ou seja, vão depositar os seus filhos
durante oito a nove horas por dia sobre mãos alheias...
Muitas sem valores...
Sem o calor humano,
mas sobre os efeitos do calor mecânico.
Estou a falar de crianças,
mas também acontecem aos mais velhos,
sobre os quais já escrevi...
E chamo a atenção desta sociedade
que funciona só com euros.
E dizem à boca cheia:
O meu filho está na melhor creche, escola, colégio
e ainda tem a piscina, karaté, futebol, ballet, etc.
Mas para quê se na verdade os pais dão aquilo
que nunca tiveram e que gostariam de ter?
Fazem o inverso de gerações...
Os filhos são muito adultos,
os pais são crianças...
Temos muita pena!
Mas é a realidade de uma sociedade
consumista, calculista,
onde nem as crianças são crianças...
A chocadeira é um fenómeno criado por uma sociedade
a que chamamos de vida,
a que chamo deficiência emocional...
Qualquer dia ouvimos os nossos filhos a dizer:
Piu... piu... piu...
Porque é o que resta deles,