O tempo passa e eu parada no tempo...
Perdi as chaves da vida...
Procuro por todo lado,
mas o desespero de não poder encontrar
deixa-me louca...
As portas fechadas, janelas abertas...
Procuro no olhar o vazio do porta-chaves...
Tudo me é trancado...
Estranhas regras...
Uma palavra... chaves.
Grito no vazio de um poço,
onde as águas profundas,
pesadas pelo brilho de um vidro transparente
se perdem nas nuvens...
Ninguém as toca...
Por vezes transforma-se em neve
que me queima a mão,
mas me aquece o coração,
por ter razão de ter encontrado... as chaves.
O portão antigo, ferrugento...
Silvas o rodeiam...
O picar das urtigas caídas no chão...
Estão...
As Chaves...