sábado, 7 de setembro de 2013

O Pescador



Jesus passava junto à praia e viu dois pescadores a arrumar as redes.
Pediu-lhes que lhe emprestasse o barco para falar ao povo as suas mensagens.
Os discípulos concordaram, Jesus afastou o barco e, sentado, ensinava o povo.
Mais tarde, como agradecimento disse:
"Lançai as vossas redes ao mar..."
Simão disse:
"Senhor, Mestre, trabalhámos a noite inteira e nada apanhámos,
mas sob a tua palavra lançarei as redes" 
E assim fez...
Lançaram as redes e qual o seu espanto, 
pois as redes vinham cheias de peixes de várias espécies como nunca tinham apanhado.
Disse ainda Jesus:
"Pela vossa Fé e pelo vosso acreditar também sereis pescadores de almas..."
(S. Lucas 5)
Aqui está uma lição de Fé que a nós custa-nos ter, ou seja, não temos...
Desistimos facilmente na primeira oporturnidade...
Só os que eu chamo de teimosos, 
a custo de muito sofrimento, teimosia (aqui chamarei de FÉ ),
é que conseguem ter sempre, por imposição deles, o que desejam. 
Sim, ajudamos muitas vezes sem saber que recebemos em dobro essa ajuda.
Quando Jesus disse aos discípulos lançai as vossas redes 
e Simão não queria acreditar, porque trabalharam a noite inteira naquele lugar 
e nada apanharam, como seria possível agora apanhar algo? 
É a Fé, é o insistir...
A Fé é o acreditar mesmo que hoje não tenha nada, esteja cansado(a), derrotado(a)...
Acreditar que logo a seguir vou conseguir, vou pescar também algo...
A Fé é a motivação de um sonho de todos nós, o objectivo... 
Hoje, abrimos um negócio e já no próprio dia ou semanas seguintes temos que ter lucro.
É o nosso pensamento...
Entretanto, há um trabalho longo...
A novidade atrai olhares, mas o trabalho afasta pessoas más.
A decadência do cérebro humano é enorme, entram em estados depressivos...
Casas de negócios, grandes superfícies que vemos começaram por pouco. 
É o seu acreditar...
São anos de muito trabalho...
Do pouco se faz muito...
A necessidade da novidades do ser humano, porque é disso que gosta,
faz com que o primeiro pensamento seja negativo, o medo...
O sonho é a realidade da nossa vida. 
A pesca, a certeza que vou conseguir. 
Sejam pescadores de almas!
Sejam pescadores de valores, de Amor e muita paciência! 
Pesquem sabedoria! 
Ignorem a arrogância, a própria ignorância!
Ignorem o julgamento! 
São peixes que já estão em decomposição, cheiram mal,
contaminam tudo o resto que está saudável...
Pesquem! Pesquem! Pesquem!
A alma agradece através das vossas mãos...
Vida, que me queres, se eu te dou tudo pelo esforço de teu trabalho...

Os Suricatas




Hoje, quero falar do preconceito que muitos seres humanos têm...
Vivemos numa sociedade em que a aparência é muito mais importante do que os valores.
Hoje, falo de um animal irracional que nos dá provas de união 
e de sentimentos puros, sentimentos familiares, o que não inclui a parte sanguínea.
Os suricatas são realmente muito sociáveis,
onde a partilha da maternidade, dos valores são todos postos em prática...
Desde os mais velhos até aos mais novos, 
porque já vão aprendendo desde muito cedo este sentimento.
Na sobrevivência, na busca do alimento, em que o seu prato favorito é escorpiões,
este ensinamento não faz perder a paciência a um suricata.
Aliás, um conjunto de suricatas reveza-se neste ensinamento
até que a criança suricata aprenda a não se magoar ou matar para sobrevivência deles...
A harmonia destes animais é como um bailado em pontas 
que se transforma num encanto para os nossos olhos.
Jesus ensinava o povo quando os discípulos vieram ter com ele e lhe disseram:
"A tua mãe e irmão estão fora e querem falar contigo..."
Jesus levantou os olhos e disse:
"Quem é minha mãe e irmão...
Todo aquele que me fizer a vontade é meu pai, mãe, irmão..."
(Mateus 12, v. 46) 
Os discípulos entenderam a mensagem.
Nós entendemos ou continuamos com preconceitos,
com o racismo de sangue...?
Sim, cada vez há mais...
Aliás, desculpem, existem diferenças entre os meios familiares.
Não basta ser pai ou mãe.
Hoje, o ser mãe é o ter dinheiro e somos obrigados a ter e a ajudar...
O pai tem que ter um bom carro e ser o Sr. Dr. ou Engº.
São os características dos valores da posição social...
Quando falo do meu filho tenho que dizer que está no Canadá 
ou, então, o meu filho é Dr. e está na universidade...
Pensem e repensem...!
E vejam se está correcto este pensamento e atitude. 
Somos seres inferiores aos suricatas...
Afinal, sou eu o animal irracional...
Se passamos diante de um mendigo fazemos de conta que não o vemos.
Se porventura estou na estrada para mudar o pneu
todos passam sem que parem e perguntem se precisamos de ajuda.
É o século XXI em que vivemos...
Com .tanta modernice, evolução tecnológica 
que esquecemos a união, os valores, o humanismo
e muito mais diria.. o Amor...
Afinal, sou eu o animal racional
ou os suricatas são seres racionais e eu o irracional?
Precisamos de aprender a união...
Porque a união faz a força!

Doce Ilusão



Doce ilusão de um dia poder sonhar... 
Um reencontro de décadas perdidas 
tendo sempre a doce ilusão...
Ao ver-te em meus sonhos acordados...
Qual rímel que prolonga este olhar amado...
Num despertar com um perfeito café,
sabor amargo da solidão 
numa doce ilusão...
E o rosto indiano,
escondido pelo fumo do incenso...
Impaciente espera de vestes coloridas
a fazer despertar emoções de criança,
como o lançamento do papagaio
voando, voando com o vento 
a uma distância longínqua...
Sim, és a doce ilusão,
como as bolas de sabão 
de uma magia imensa transportando a...
A minha doce ilusão...


Moçambique



Minha alma, minha gente,
minha saudade no ventre...
De um gingar do marrabenta,
escorrendo pelo rosto..
O cheiro de sabor a terra, a África Minha...
O suor no corpo a despertar a magia...
De um feitiço enrolado em capulanas,
bebendo tombazanas.
Com o sabor a laurentina...
Moçambique, Maputo...
Terra queimada pelas lágrimas,
de uma poeira, de jogo de bola, de pés descalços...
Pelas areias do Bilene,
escondido pela Costa do Sol
consigo ter a Catembe descoberta pelo capim...
Cheios de raças, elegantes assim é...
África Minha,
Moçambique,
Angola...

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O Beijo



Por um beijo teu...
Estendo a passadeira vermelha, onde faço a passarela 
num borbulhar de borboletas de mil e uma cor...
Por um beijo teu...
Arranco das entranhas da minha Alma um grito de Amor...
Por um beijo teu...
Levo o meu olhar a uma velocidade extravagante 
só para te poder beijar...
Por um beijo teu...
Fico na incógnita por detrás de uma janela
na esperança de envelhecer em teus lábios... 
Por um beijo teu... 
O sabor da morte é um longo caminho
que se estende por um manto de pétalas de rosas...
Por um beijo teu...


O Olhar



Olhar de Deus és tu, meu filho...

Que te segue sem nunca te perder...
Um olhar que penetra na escuridão do mundo,
que brilha no olhar de Deus...
És tu que me levas nas palavras cantadas, 
num sussurro de angústia e de perdão...
Em teus olhos, meu Deus, de Luz...
Na esperança de encontrar
respostas para as minhas súplicas.
Aos teu olhos, meu Deus, sou protegido(a)
por um momento de perdão, de aconchego...
Em teu olhar, meu Deus...

A Chuva



A chuva cai...
Sinto o corpo dormente pelo cansaço percorrido... 
De um embriagado pelas luzes 
e os pés molhados, desprotegidos...
De um pestanejar frio pelo caminho, de um olhar...
Revivendo memórias tardias que nos chegam... a lembrança.
Vividas no viver e despertar de vidas enloquecedoras...
De ventos fortes, provocando tempestades nos nossos sentimentos...
De consciências levadas pelo caminho molhado...
Da chuva molhada em meu corpo delicado, frágil, inexperiente da vida...
Com o rosto deslumbrado pelo sabor de água viva
sorrio pela noite dentro com o gosto de ninguém...
A chuva cai...

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Anjo-da-guarda



Anjo-da-guarda...
Minhas asas, olhos de águia, 
garras de falcão...
Anjo-da-guarda...
Meu querer, meu olhar,
meu espelho, meu reflexo...
Onde adormeço com o teu embalar...
Anjo-da-guarda...
Delícia do meu viver...
O tempero que traz de volta 
os sabores do doce, salgado...
É um manjar dos Deuses 
numa harmonia de felicidade,
de muito amor...
Anjo-da-guarda...
Minha guia...
Guardai-me na tua caixinha de música
para puder bailar
ao som da flauta mágica...
Anjo-da-guarda...
Meu amor, como é bom ter-te dentro de mim...
Protegendo-me da força dos olhares,
rasgando a minha alma...
Anjo-da-guarda...

Olá Luz


Olá Luz!
Procuro-te e encontro-te sempre...
Olá Luz!
Truz... truz... truz...
Quem é?
A tua Luz...
Procuro-te na escuridão do dia...
Onde perdida te encontro sempre...
Olá Luz!
Amor... que brilho...
Estás tão linda...
Tão deslumbrante...
Que fazes uma passagem nos céus celestiais...
Olá Luz!
Rosto de Anjo...
Constelações em teu redor...
Que me fazes ser espírito de Luz...
Olá Luz!

Um Abraço



Um abraço teu é um embalar de longos anos de vida,
onde navegamos ao som das gaivotas 
por um mar imenso de silêncios discretos 
e de lágrimas salgadas,
procurando a ondulação no meu estado de espírito. 
Um abraço teu é a aliança de um feliz aniversário,
de memórias registadas no interior da alma...
Um abraço teu é o sorriso penetrante 
que rasgam gargalhadas de felicidade
do teu nascimento dentro da minha vida.
Um abraço teu é como a espuma do mar...
O morrer na praia entre as mãos de uma criança.
Um abraço teu...


terça-feira, 27 de agosto de 2013

O Monopólio



É um jogo onde usamos muito a mente.
O faz de conta, o querer com fantasia...
Porque temos a noção que é um jogo,
mas que na nossa imaginação é o querer...
O tornar realidade, nem que seja o tal faz de conta.
Monopólio é o monopolizar...
É um povoar a mente com ideias de trabalho,
mas principalmente de riqueza, poder.
Sentado(a) no meu sofá assisto a um programa de televisão
que é o monopólio do século XXI.
Também posso usar este monopólio na Fé...
Vejamos: 
Existem na nossa vida muitos sonhos que não sabemos como concretizar,
porque geralmente o medo é superior ao meu querer...
Se eu quero comprar um carro, e muitas vezes são as nossas pernas e não um luxo,
porque não utilizamos os carrinhos em miniatura,
ou até de plástico, segundo as nossas posses?
Porque se quero uma casa, porque não faço uma escritura de faz de conta 
e tenho a certeza que aquela casa, aquele terreno é meu?
Tenho um papel que me diz isso, no faz de conta... monopólio.
Tudo isso fazemos no jogo do Monopólio.
Temos o livro dos Segredos, temos o Poder da Mente de Lauro Trevisan
que nos diz como usar a mente, a Fé.
É um acreditar nas coisas que não se vêem, 
mas que acreditamos que vamos ter... acreditar. 
Primeiro a mente, o trabalhar. 
Depois, o querer, mas sempre a acreditar, desde o início,
que entramos neste jogo da vida... monopólio.
Temos também a famosa Quinta no facebook,
onde se passam horas e horas diante do computador, a plantar couves, alface, etc,
a tratar de galinhas e para meu espanto ainda conseguem
com outro cibernauta trocar ovos por alface.
Ficam tão felizes e ainda se dão ao luxo de dizer:
Tenho a minha quintinha, não a sexta, e hoje fiz isto ou aquilo...
Será?
Estou doente?
Ou fazem de mim doente?
Com tanta terra para ser cultivada, limpa...
E aqui faço a minha homenagem aos bombeiros voluntários.
Oiço ainda pessoas doentes de cérebro, porque querem desculpar...
Infelizmente, uns nascem sem culpa alguma 
e, se calhar, desejariam ser como pessoas ditas normais
que são grandes aberrações da intelectualidade, inteligência do homem.
Se jogamos o Monopólio, jogamos e ponto final.
Temos de tirar partido do lado positivo da força da mente, 
da força do espírito, do acreditar...
E ter realizado o meu sonho...
Tenho o meu carro, a minha casa, o meu trabalho...
Acreditem quanto mais dificuldades...
Vivam mais felizes!
Aqui deixo as regras do jogo do Monopólio:
Acreditar.
Querer.
Realizar.
Joguem com honestidade, com segurança 
e certos que vão realizar todos os vossos sonhos...


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A Amizade


 

É um sentimento de luxo, é um produto gourmet a que poucas pessoas têm acesso. 
Mas têm em comum em todas as raças, credos, cores, 
em todo o mundo a palavra amizade...
A amizade nasce com o convívio do dia-a-dia, da essência de cada espírito...
Muitos não se conhecem, como no caso dos programas de televisão
que não se conhecem fisicamente, mas espiritualmente completam-se numa grande amizade.
Há diferença entre a amizade e o amor...
Nasce primeiro a amizade...
É um conhecer de sentimentos que pode dar continuidade a outro mais forte, o Amor.
Porque a palavra Amor ainda tem muitos tabus, 
muitas regras e preconceitos, então não chamo Amor...
Esta palavra está em decadência, em ruína, 
o que para mim me traz muita pena e tristeza. 
Na pregação do evangelho de Jesus Cristo, ou melhor...
A igreja diz-nos que temos que sofrer por amor,
a crucificação de Jesus Cristo em todo o seu sofrimento...
Não, não é verdade.
Para mim, não tenho que sofrer para amar seja o que for,
não tenho que amar com dor, não tenho que gostar com dor...
Como posso amar ou gostar de alguém ou situação ou objecto que me faça sofrer?
Desculpem, então vou para o lado do masoquismo.
Sofro porque quero, porque gosto.
Eu gosto de coisas. 
Amo os sentimentos.
Uma contradição que nos confunde os sentimentos.
Por isso existe sempre a amizade entre nós...
A amizade pura...
Sentimento aberto...
A amizade construída...
Se acredito numa amizade entre homem e mulher...
Não, porque há sempre um que gosta mais que o outro,
apesar de não podermos pesar os sentimentos.
Mas sentimos...
Esta é a verdade que ninguém nos pode tirar...
Os sentimentos atraem-se... falo de homossexualidade.
Dentro da amizade há respeito...
O limite para não magoar a quem amamos...
Numa relação depois de terminar fica a amizade, o respeito,
porque casámos com muito amor...
No divórcio existe tanta competição ao ponto de estragar os valores de crianças,
valores construtivos, depois de tantos anos de convivência...
A amizade é sincera.
A amizade é sagrada.
É tão bom sentirmos que alguém que esteja perto, longe
tenha este sentimento... uma grande amizade seja física ou espiritual... 
Amo, por exemplo, Sto. António, Nossa Sra. de Fátima, Sta Rita de Cássia, etc...
São amiguinhos espirituais...
O sentirmos o sorriso sem o vermos...
O imaginar, na nossa visualização, desse sorriso lindo...
Obrigada por me deixar ser seu amigo(a) tão especial em nossas vidas...
Aquele abraçar...
Obrigado(a)!
Amizade entre pais e filhos, entre o cão e o rato, entre vizinhos...
E muito mais há para dizer...
Por tudo isto continuo a dizer que a amizade é um sentimento de luxo.
E este luxo dá-nos o prazer de bem estar, de alegria, de harmonia,
transformando um produto gourmet, de qualidade... 
Saibam saborear com a delícia que merece...
Bom proveito!


sábado, 24 de agosto de 2013

O Porquê



Mamã, porquê?
Porque não...
Porque sim...
Porque não podes...
Porque não vais...
Quando nos perguntamos porquê a nossa mente,
o nosso espírito está em estado alcoólico, ou seja, está em confusão.
Não pela bebida (álcool), mas pela confusão de ideias.
Vejamos, começamos a construir-nos por gestos ou linguagem por repetição. 
Toda a educação é fundada nos valores que acreditamos, ser o exemplo.
Quando por algum motivo somos contrariados
ou se sairmos da nossa rotina a pergunta que se faz é:
Porquê?
Contentes por ver a aflição da mãe, dos outros adultos 
continuamos a fazer uma, duas, três vezes, ou até mais.
Porquê?
Até termos a resposta que nos interessa ou nos faz conseguir o nosso objctivo
através do cansaço, ao ponto de fazer perder a paciência em que nos dizem:
"Cala-te que já não te posso ouvir, ou então, não sei... não, não sei."
Será tanto assim?
Há crianças muito inteligentes e não perguntam
apenas analisam em silêncio e até achamos que são tão lindos os nossos filhos...
Crianças a entenderem tudo sem fazerem a pergunta especial... Porquê?
Na fase adulta questionam tudo e todos... chamo revoltados.
Passam constantemente a perguntar o porquê.
Não o fizeram em criança porque entendiam, 
cresceram e não entendem o porquê...
Porquê meu Deus...
Porque é que me falaste assim...
Porque me deixaste...
Porque me aconteceu isto...
Para estes porquês não temos respostas, 
porque todas as respostas estão dentro de mim, nós...
Porque é que não consigo esquecê-lo(a)...
Porque é que só penso nela(e)...
Porque é que me engana...
Porque é que mentiu...
Porque me faz sofrer...
Tudo estes porquês... resposta... autorizo...
O porquê é o lado negativo da visão do momento em que questionamos
porque quando tudo está de acordo não fazemos perguntas.
Isto nos adultos, porque nas crianças é a contrariedade...
Também é o lado menos agradável deles...
Porquê?
Nasci, não tive escolha.
Morreu, não tive escolha.
Porquê?
Sorriu...
Amo...
Sou feliz...
Porque tudo é vida...
A vida nunca nos questiona.
Nós é que questionamos tantas vezes
até que o dia chega e pergunta:
Porquê?


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Macaco de Rabo Cortado



Hoje, quero contar uma história infantil.
Na minha infância a professora todos os dias contava uma história...
Ficávamos todos contentes...
Era especial como contava as histórias que nos levava ao mundo imaginário.
A que eu mais gostava era a história do macaco do rabo cortado.
E começa assim...
Era uma vez um macaco muito feliz na sua vida,
até que um dia uns colegas da escolinha 
gozaram com ele por causa da sua cauda e diziam:
"Olha o macaco do rabo comprido."
Por onde passava, quer na escola como fora da escola, era constante esta gozação.
Chegava a casa era um lavar de lágrimas.
Rolavam pelo seu rosto, porque não sabia o que fazer com a sua cauda comprida.
Os pais protegiam-no muito, dizendo: 
"Para nós és o mais lindo... Isso é que é importante."
"Mas pai, mãe, sou tão infeliz!"
Um dia depois de tanto sofrimento resolveu passar pela barbearia do Sr. Paulo
e pediu-lhe, encarecidamente, que lhe cortasse a cauda,
porque já não conseguia viver com tanto sofrimento, com tanta dor. 
Perguntou-lhe o barbeiro:
"Tens a certeza? Podes vir a arrepender-te."
"Não... eu quero."
E cortou-lhe a cauda.
Sai todo contente para a rua, quando dá os primeiros passos eis que ouve:
"Olha o macaco do rabo cortado."
Foi para a escola e continuava a ouvir;
"Olha o macaco do rabo cortado."
Tantas vezes ouviu que parou para pensar no que se estava a passar com ele
e se ainda havia a possibilidade de colocar novamente a sua cauda...
Naquele tempo era impossível.
Hoje, já se faz, mas estamos a falar de uma fábula.
Ele não entendia tanta injustiça.
E é aqui que começa a nossa história real.
Somos altos, baixos, magros, gordos, brancos, negros
e nunca estamos contentes com a imagem que temos...
O nariz é grande, as orelhas, etc.
Somos tão inteligentes que por vezes tornamo-nos depressivos. 
Não somo perfeitos. 
Temos a perfeição todos os dias na nossa mente. 
O Michael Jackson era negro e transformou-se em branco.
Saiu-lhe caro tanto trabalho com excessos para morrer continuando ser negro...
Nem as novas tecnologia o ajudaram e já estão muito avançadas...
Servem apenas para corrigir pequenos defeitos para nos levantar a auto-estima.
Fazemos o que fazemos ao nosso corpo desde colocar silicone nos peitos e etc, 
tatuagens, lipoaspiração, pintura no cabelo, 
bronzeamento e tudo o que fazemos nada resolve...
Porque o problema não está no corpo, mas na mente.
São os teus olhos a lâmpada do teu corpo.
Se estiveres bem, o teu corpo é luz.
Se estiveres mal o teu corpo será trevas.
(S. Mateus.)
Esta nossa infelicidade torna-nos incapazes de olhar para nós 
e vermos o quanto somos lindos de consciência, 
valores, de respeito e de trabalho honesto.
Corremos à procura da perfeição,
mas não escapamos ao envelhecimento do tempo, do corpo.
A idade representa sabedoria.
A idade não perdoa.
Podemos dizer tenho 70 anos, mas na minha cabeça tenho 30 anos.
Aceito, mas não concordo. 
A idade está lá...
A mente apesar de não acompanhar o corpo, 
porque o espírito não tem tempo, não tem idade,
vai chegar o momento de silêncio mesmo dentro de nós que é a verdade...
Algumas coisas tenho vontade de fazer, mas já não consigo, 
apesar de ter 30 anos, digo eu, e não o corpo...
Esta é a verdade! 
Assim como o macaquito julgava que conseguia calar a boca dos amigos, 
que não são, e a sociedade a aceitá-lo melhor...
Como vêem cada macaco tem o seu galho. 
Nós muitas vezes vestimo-nos para agradar aos olhos dos outros e não para nós...
Apesar de isso acontecer continuamos a vestirmos e a sentirmos 
o impacto que causa na rua, na sociedade.
Esta fábula mostra-nos a realidade da sociedade em que vivemos,
 do animal racional... o homem. 
Vivemos num jardim zoológico, 
onde temos as nossas jaulas mais perigosas, 
menos perigosas,
onde está escrito don' t touch me...

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Peixeirada




Sentada no banco das urgências do hospital, à espera de ser consultada,
deparo-me com um borbolhar de vozes
que foram aumentando consoante a situação que se estava a passar
e que acabou por se tornar numa peixeirada
e num lavar de injustiças de ambos os lados. 
De que lado estou?
Da justiça!
Ambos têm o seu ponto de vista e a sua razão.
Se um dia sou doente, outro dia sou acompanhante.
E em ambos os casos preciso de um médico, preciso de ajuda...
Por isso fui ali... ao hospital.
Fui eu que procurei...
Eu vou para um hospital, neste caso urgência, por doença,
ou por doença de um familiar (como acompanhante). 
As regras dos hospitais são todas iguais.
Há os casos muito urgentes e os menos urgentes.
Quem tem que defenir a gravidade da doença é o médico.
A sua função é salvar vidas.
Chegamos muitas vezes sem força alguma, 
por vezes até inconscientes e quem lá está...?
O doente não aceita a demora, reclama...
Como, se está sem forças? Contradição...
E aqui entra a peixeirada...
Existe de tudo, mas o mais importante para o médico é salvar uma vida...
São zelosos...
Também muitas vezes estão cansados...
Têm família, mas o seu objectivo é salvar vidas.
Não entendemos e misturamos tudo...
Os nossos sentimentos, dores, família, cansaço num só foco... o médico...
Como se ele fosse culpado de eu estar ali.
É verdade!
Nós temos médicos competentes e, até digo,
jovens médicos inteligentes, dedicados e muito humanos.
Com humildade e carinho estendem a mão... num gesto de amor...
Mas voltando à peixeirada que assisti que não é mais do que um mix de sentimentos...
Os acompanhantes com a aflição de ver o seu ente querido a sofrer 
resolvem levantar falsos testemunhas,
competindo com os médicos, anulando a sua sabedoria.
É um levantar de vozes, onde lhe foi entregue a vida de seu familiar.
Pode um cego guiar outro cego?
Não caiam ambos no barranco. 
(S. Lucas)
Ou porque vês tu o argueiro no olho de teu irmão 
e não reparas na trave que tens no teu próprio olho?
(S. Mateus, 7)
Não julgueis, para que não sejais julgado...
Estamos numa urgência do hospital e não num palco de teatro,
porque os pobres de espírito esperam pelos aplausos...
É um local de silêncio, não de peixeirada...
Onde se confundem valores, onde se confundem reacções...
É um local para uns de morte, para outros de vida.
É o nascer, é o morrer...
Existiu, existe e existirá sempre nas urgências vida
e eu tenho a urgência de dizer:
Peixarada, desculpem quero dizer caldeirada, só no prato...
Bom apetite! 
Respeitem!



quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A Inocência



Eu sou uma pulguinha que se chama inocência.
Estou sempre a saltar de um lado para o outro inocentemente.
Os humanos não gostam de mim
 e eu, coitada, na minha inocência não sei o porquê...
Todos me querem apanhar... 
Porquê, não sei...
Não fiz mal a ninguém...
Além de picar a paciência das pessoas
deixo marcas em como passei por ali.
Mas eu sempre fiz isso desde que me conheço como pulguinha,
desde que nasci...
Não entendo porque se chateiam comigo...
Estou inocente...
Eu até gosto tanto dos animais, que são os nossos melhores amigos, 
e os seres humanos tentam afastar-me deles, coitadinhos...
Gosto tanto de fazer cociguinhas e eles fartam-se de cocar todos felizes.
Eu gosto tanto deles...
Acreditem em mim que estou inocente.
De vez em quando também vou para casa,
mas lá ouço o balde e a lixívia e já me estão a mandar de lá para fora.
Não entendo o porquê...
Se calhar por isso sou uma pulguinha...
Ando de um lado para outro, nunca estou sossegada. 
Eu sou inocente de nome.
Eu agarro-me às pernas das pessoas, mas elas não me querem...
Até dizem palavrões...
Para onde eu vou sou sempre rejeitada... 
Eu até já pensei fazer queixa à Liga dos Animais.
Eles protegem muito os animais.
Porque eu sou inocente vou acabar sozinha. 
Nunca chego a velhinha, visto que todos me querem apanhar. 
Se calhar até para me matar...
Não sei, não percebo...
Sou inocente. 
Mas quando em vossas vidas aparecer uma pulguinha
lembrem-se de mim... a inocência!



O Tio Patinhas



Valor...
Quanto valho? 
Tenho tanta pena que seres humanos, 
a quem chamamos de pessoas, gente,
ou até pelo próprio nome António, Francisco, etc,
julguem correcto a avaliação que fazem... 
Quanto custamos, ou melhor quanto valemos, 
qual o valor que fazem de nós... 
Sim, porque é disso que escrevo. 
Nós somos avaliados pelo estatuto, pelo dinheiro, pela posição, 
como também pela diferença de cor... 
Todos nós já ouvimos falar no Tio Patinhos, 
um desenho animado muito antigo,
onde ele era um forreta extremo. 
O que girava à volta dele e em torno dele era o cifrão, euros. 
Não havia sentimento... 
Apenas o prazer de mergulhar na piscina de dinheiro que ele criou. 
Vivia obcecado pelos irmãos metralhas com medo que roubassem o seu valor. 
Será que ele tinha algum valor? 
Já naquele tempo o seu criador projectou, a longo prazo,
aquilo em que o homem se ia tornar... 
Donald e os seus sobrinhos são os que trabalham para ele,
tentando desculpar o que já sabiam do seu Tio Patinhas. 
E a história é sempre a mesma, um ciclo viciante... 
O valor do dinheiro é superior ao valor sentimental. 
Nós somos coisas apenas para julgar. 
Temos um preço... 
Nascemos sem nada, nuzinhos... 
Morremos sem nada (também quem nos veste são os outros)... 
Aqui se mostra que no nascer e no morrer somos iguais. 
Sejam humildes! 
Sejam ricos! 
Todos nascemos do mesmo modo. 
O morrer depende do Tio Patinhas...
Cada um tem o seu valor em honestidade, em respeito, em trabalho, em verdade... 
Não em julgar quem eu sou, de onde venho, se sou de cor, 
se vivo na vivenda ou na tenda, ou até no meu céu. 
O importante é a essência de cada pessoa.
A Luz...
Por agora deixo-vos com uma pergunta: 
Quanto custa? 
Diga o valor, por favor.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

O Meu Céu



Sentado(a) no meu sofá ouvi uma voz especial, o anjo, que disse:
"Vai ver a chuva de estrelas..."
Como já se tinha noticiado na televisão deixei o tempo passar
e a lembrança também passou, até que fui novamente alertado(a )...
Levantei-me e fui para o terraço ver o meu céu.
Chamo meu céu não só para ver a chuva de estrelas,
como também por amar muito este meu céu....
Faço com muita frequência este olhar neste céu maravilhoso...
Chamo meu céu porque é muito especial. 
Consigo ver tantas estrelas, de várias cores, a luz de presença dos helicópteros,
de aviões, as constelações...
É um mundo de magia, é um parar no tempo que me traz sonhos...
Um regresso à infância, África Minha...
É igual em todo o mundo... basta estarmos atentos e fazer dele o meu céu.
Ao falar de céu a nossa mente vai para um céu de dia, ou seja, azul com nuvens, sol...
Porque fomos educados pela igreja que o céu nos liga à morte, a Deus, aos anjos...
Se realmente verificarmos os foguetões vão à lua 
e não encontram a não ser o vazio, um espaço. 
O que significa...?
O céu construimos dentro de nós mesmos; é o Bem.
A nossa consciência, o Bem.
A noite para a maioria das pessoas é um inferno, principalmente, de idosos, depressivos,
dos pais de crianças recém-nascidos quando trocam os sonos...
Tudo isto no ciclo de vida, numa redoma de vidro de vida.
Quando, por acaso, retiram a redoma onde vivem, ao sair vêem um céu escuro e dizem:
"Já e noite, que chatice!"
Meus amiguinhos, vão ao terraço, varanda, saiam para a rua e levantem a cabeça. 
Deixem de olhar para baixo, para o umbigo...
Vejam o quanto é maravilhoso esta imagem divina de estrelas, constelações... 
A sua primeira estrela está lá!
Aliás, a maior também está lá, o sol.
É um céu estrelado, maravilhoso, onde o sonhar leva-nos a ver a Luz...
A chuva de estrelas tem o seu porquê,
mas para nós, espirituais, levamos para o lado da sorte...
Somos nós que a fazemos... de um desejo.
A nossa alma sonha com esse desejo...
Sim, como qualquer mortal também pedi um desejo. 
O desejo de haver mais anjos-da-guarda...
De o(a) ver feliz...
De realizar todos os vossos sonhos, desejos...
E todos eles se realizam...
Acreditem!
É a Fé de acreditar no que tanto desejamos... 
Sejam a estrelinha!
Iluminem as vossas vidas! 
Você é luz, raio, estrela e luar... manhã de sol...
Meu céu!