A vida é como um cartão de crédito; vamos ao banco, falamos com o gerente, expomos as nossas necessidades, ele analisa a situação, metodicamente, e pergunta se nós concordamos com a entrega de um cartão de crédito com plafond X.
Consoante o nosso comportamento e desenvolvimento para a sua utilização, os valores vão aumentando.
Assim é a nossa vida; nascemos e Deus, o banco, entrega-nos um cartão para os nossos gastos na terra, uma vez que nos tempos em que vivemos nada, ou quase nada, se faz sem ele.
Pergunto, antigamente não havia banco?
Sim, havia o que chamamos de mealheiro, como também a troca por troca. Segundo as capacidades de cada um, a vida era gerida de acordo com o pensar, a consciência.
Quando nascemos não somos nós que gerimos o nosso cartão, mas sim os nossos pais ou quem fica com a nossa guarda. Somos um empréstimo de Deus.
Com o crescimento vamos acumulando valores, e a nossa personalidade é construída pelo olhar da nossa alma, que vai sendo registada no nosso chip.
Passamos a ter o livre arbítrio das escolhas e aqui começa a utilização do nosso cartão: gastamos em nosso benefício ou exageramos. Somos donos de nós mesmos, do nosso eu, ou de quem sou, sempre com fé, esperança, querendo acreditar no sonho que comanda a vida.
Por vezes, preferimos justificar o nosso exagero com o outro, alguém exterior a nós, sempre com a desculpa que não vi, não sabia, fingindo, ou melhor camuflando o erro pela desculpa, pelo perdão, troca por troca.
Pagamos os juros, bem altos, pela falta de respeito a nós próprios, como também ao próximo.
Esgotado o plaflond a vitimização entra em acção, perdendo o tempo justificando sempre o erro: se eu soubesse...
A atitude e o propósito da vida ficam parados no esquecimento de quem somos, como também, a cada dia que passa, perdemos a liberdade e ficamos prisioneiros a um passado errante.
A sabedoria onde está?
Sim, a idade do corpo é diferente da idade da alma. Sou novo quero ser velho, sou velho quero ter o tempo novo. A idade não tem tempo, mas sim o registo da assinatura feita por mim.
Peço uma segunda, terceira oportunidade e é-nos dada, mas a saturação do lamento fica desgastada.
No banco, o gerente toma a decisão de não aceitar mais o problema, que não é seu, apesar de sempre acompanhar ao milímetro todo o comportamento.
O que faço agora?
Vou buscar a minha fé, a força de quem sou eu e tomo atitudes.
Sem pressa reconquisto a confiança, a alegria, a saúde mental e o milagre acontece.
O meu plafond foi aumentado pelo meu esforço.
O cartão de crédito é a vida. Se a utilizarmos bem temos benefícios fiscais, com qualidade e não em quantidade.
Deus é a minha fonte de energia, de cada partícula de vida que eu vivo, é o meu banco de Luz.
E o cartão? Sou eu.