terça-feira, 24 de junho de 2014

A Galope


No caminho para as montanhas encontro prados verdes
que me lembram a esperança de alcançar a vida...
Com os meus pés descalsos pela erva e pelas chuvas da Primavera
encontro pequenos nadas que me engradecem a emoção...
A pedra atravessa o meu descalçar e um aí digo em silêncio
para que o meu eco se transforme em melodia...
Ao longe vejo mãe e filho num entrelaçar de pescoços que,
tranquilamente, galopam em ternura...
Chego perto e, de olhos nos olhos, o desafio é intenso e,
docemente, peço que me embale na liberdade dele.
E lá vou eu a galope por um mundo que é meu, a liberdade,
num mundo onde as regras são iguais
e o vento entrelaça as tranças num bailado de caudas,
lembrando-me as tribos africanas, o que os seus valores são,
o que tu queres ser, o que tu queres fazer...
Trabalho com a tribo dos índios na amazónia, onde me banho nos rios...
Sigo a galope para a floresta e respiro o espírito da vida...
Companheiro fiel, sempre presente, zela o meu sono, o fresco da noite...
Na beleza os cegos ouvem a verdade, os surdos não ouvem mentiras...
Apenas sentem com a força do espírito o quanto vale na vida galopar
com um dos sentidos que é o amor...