sábado, 30 de agosto de 2014

A Floresta




 Corro numa perseguição de fantasmas de sentimentos
no escuro da floresta verdejante. 
Encontro raízes de cimento que me fazem parar...
Entre o estar perdida e o ser encontrada, lados opostos desejados,
na quebra da vida corro na busca incessante de me encontrar
e de olhos vendados toco nos cheiros de lembranças de infância
que salivam o doce amargo no desejo de provar
as ervas daninhas que se confundem, ervas de cheiro...
Cada árvore fica quieta à minha passage... 
Cada folha caída nos meus pés são retalhos nus
que ficam no caminho da vida 
escolhida na corrida escondida da floresta...
O sol descobre-me e os meus olhos soluçam
do calor recebido e esquecido do teu abraço...
Finalmente, a porta abre-se para mim 
e, feliz, tomo banho de raios de amor...
Na floresta fica a ratoeira...
Na floresta caio e levanto-me num esforço prolongado
pelo sistema de justiça ínfime.
Grito, o eco responde... 
Quero ouvir...
Na floresta encantada,
pelo encanto vivido, na magia da vida...