sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A Noiva



Subi ao céu e vi uma noiva
transparente como um raio de sol,
deslizando pelo altar...
Abençoada pelo perfume da vida...
Subi ao céu num piscar do voo 
de um canto de pintassilgo da gaiola dourada...
Protegido pelo meu querer...
O canto só para ti...
Subi ao céu a película do cinema...
Qual vida perdida...
Com finais felizes pelo sorriso
projectado na palma da mão...
Subi ao céu em teu regaço...
Transformo o gemido da dor
em prazer de ver nascer...
Subi ao céu...
Asas de anjos transformam-se em liberdade
escrita por uma pena...
Onde o gosto das palavras são abençoadas
pela transformação celestial...
Subi ao céu...

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O Livro



Mãos desfolhadas, 
velhas, novas sobre um olhar
de várias línguas...
Onde a capa representa o papel principal...
O palco da magia das palavras escritas
em pensamento ou realidades escondidas...
Por detrás de um sorriso
as lágrimas vão tingindo a caneta...
Um borrão apagado pela cinza de um cigarro...
A jornada da vida com histórias infantis, magia...
Como de filosofia se tratasse... 
A grandeza da leitura fica para surdos
que num piscar de olhos lêem como vêem...
Cantamos, gritamos como proclamamos...
São apenas palavras ditas
e escritas por uma sabedoria...
O livro...

A Geração Kanguru



Conhecemos o kanguru como sendo um animal da Austrália.
Aquele que anda sempre com o filho na bolsa.
O seu nascimento é imaturo e desenvolve-se no interior de uma bolsa, marsúpio.
Dentro dessa bolsa desenvolve-se esse ser frágil, o kanguru.
Também é conhecido por lutador, 
pelo chuto que dá para se proteger de qualquer ameaça.
Estamos a falar de um animal irracional...
Já ouviram falar de crianças de cristal, ou de crianças umbigo?
Acredito que este rótulo serve apenas para a imagem...
A realidade no mundo em que vivemos é outra,
ou, então, tentam fazer o racismo na espiritualidade,
o que não quero acreditar, porque cada espírito vivo é apenas luz e não rótulos.
Hoje falo da geração kanguru...
É a realidade de nossos filhos...
Nós, pais, amamos tanto os nossos filhos e protegemo-los tanto
que temos necessidade de os ter dentro de nós, 
como se de uma gravidez se tratasse...
Não sabemos fazer a diferença entre os 9 meses 
que os carregamos dentro de nós e todas as dores e angústias,
como se de nós se tratasse...
Esta protecção é de tal ordem que quando saem da bolsa 
regressam imediatamente pelo medo,
pelo desconhecido que encontram em seu redor,
É conhecida por lutadora, a mãe...
Torna-se lutadora apenas para proteger e não para educar, ensinar,
e, até digo mais, por amor...
Porque para mim não é amor de mãe, mas amor egoísta
que se serve da gestação para se esconder de si própria... 
Estes seres, garantidamente, pela vida fora são considerados como ETs da sociedade...
Vivem num mundo onde nada os atinge e as facilidades de vida são enormes... 
No desaparecimento desta mãe, não esquecendo o pai,
ficam estes filhos da geração kanguru...
Porque aos animais de idade adulta as mães kanguru não os aceitam na bolsa, marsúpio.
Enquanto nós compramos também uma bolsa feminina 
e até somos capazes de os meter a tira colo.
Não há bolsas para cãezinhos poderem entrar nos supermercados?
Quem sabe também escolher a sua comidinha....
Porque o cãozinho é que gosta e não o dono...
Chamo também a atenção que a educação não é enlatada...
Os filhos não são coisas, mas seres racionais
que nascem nas nossas vidas para os amarmos, 
Para lhes ensinarmos a palavra amor, ternura, 
respeito pela vida, trabalho, honestidade... 
Este é o lema da vida...
Amar para ser amado!

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A Andorinha




Andorinha...
Fértil na Primavera, 
voando pelo Verão dentro,
trazendo o ninho de esperança
de um dia de sol...
Qual Outono da partida para terras distantes,
onde o voar, o pensamento transmite a telepatia
de um abrigo escondido por uma telha...
Onde o vulcão adormecido
desperta para uma lonjura de distância
coberto pelas nuvens de um amanhecer...
De regresso encontro a verdade...
Do teu bater de asas um chilrear 
de bando passageiro... 
Andorinha...

O Espírito



És homem, és mulher, não sei...
És bonito, és feio, não sei...
És alto, és baixo...
És gordo, és magro, não sei... 
És branco, és preto, não sei...
Sei apenas que és um espírito de luz...
Sei quem sou...
O sol que brilha, a lua cheia,
a terra, a água...
Como o vento sopra na montanha...
Onde o eco penetra no meu espírito...
Onde a cascata rega a terra coberta de secura
da boca dos seres...
Como também escorre entre o olhar...
Do nascer como do morrer... 
Como o sol que nos ilumina... 
A sabedoria humana, agindo com a lucidez...
Cada aprendizagem dos primeiros passos...
Como o queimar do fogo pelo o apagar do bombeiro,
incendiando corações devorados pelas paixões...
Onde à beira mar saboreamos o nascer do sol...
Como o fim de tarde saboreando a limonada...
Numa brisa fresca de um pôr do sol...
Assim sou eu, espírito...
Assim és tu, espírito...
Espírito de luz!


sábado, 28 de setembro de 2013

A Hipnose



A hipnose é a embriaguez da alma...
O que quer dizer...
Alguém com poder da palavra sobre o outro
com fragilidade da mente, com fragilidade do espírito...
Nós, seres humanos, quando prisioneiros da nossa própria mente,
onde tudo foi construído por nós próprios e não conseguimos depois resolver,
tornamo-nos muito frágeis de espírito...
Por vezes, não conseguimos deixar de fumar.
Por vezes, não conseguimos deixar de beber, 
deixar de comer compulsivamente...
Os estados de pânico...
A anorexia nervosa, bulimia...
E quando chegamos a estes estados de alma já não somos nós, 
mas o espírito doente, prisioneiro da sua própria vida...
Aqui podemos usar a hipnose que é falar, repetidamente,
ao subconsciente o que queremos.
Ora, se temos o consciente e o subconsciente falta-nos utilizá-los...
O subconsciente são os valores, o verdadeiro espírito, o que acreditam.
Consciente é o dia-a-dia, mês após mês, ano após ano
de situações ou estados de embriaguez...
Sabemos que está correcto, mas não conseguimos fazê-lo 
ou fazemos tudo contrário ao que achamos correcto...
Através da hipnose alguém nos diz, ao consciente,
apesar de ele não concordar falar ao seu irmão gémeo, subconsciente,
o que verdadeiramente queremos.
Por exemplo, a vida é como um automóvel.
Temos que tirar a carta de condução, o código...
Aprendemos por repetição sempre as mesmas regras,
também através de vídeos, da visiualização.
O exame, a prática...
Somos vigiados pelo examinador e fazemos o exame.
Vamos para a estrada sempre com a certeza que temos que usar as regras,
Caso contrário sofremos as consequências...
Na hipnose é o mesmo sistema. 
Existem regras de acreditar no que queremos, no que estamos a dizer e de pôr em prática.
Só saímos do estado de transe, hipnótico, a partir do momento 
que temos consciência que estamos bem.
A hipnose é um jogo de palavras para fugir a uma solidão...
Como a cocaína, heroína, onde somos prisioneiros de nós próprios...
A hipnose pode ajudar, mas não para se tornar um vício.
A alma mergulha e afunda-se...
O espírito salva o querer...

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A Viola



Peguei em ti...
Toquei-te com toda a delicadeza...
Senti o vibrar de cada nota
e a melodia soltava-se entre os meus dedos. 
E a sensualidade vestida de cor que me faz sonhar...
O gemido provocado pela tua melodia
e a lembrança de um tempo
escrito por uma letra choca a emoção,
a lágrima, a gargalhada, o bater de palmas
sentidas pelo coração ou fingindo um sentimento...
Assim és tu...
Leve, delicada, sensual...
Que trago ao longo da vida pelo prazer
da Primavera como do Inverno...
Bebendo um conhaque
pelo fogo na lareira, coberto pela lã...
E um olhar doce da rosa branca, amarela, vermelha...
Um colírio aos meus olhos...
Faz-me vibrar em tuas mãos...
Assim és tu...
A minha viola!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A Chave



 O tempo passa e eu parada no tempo...
Perdi as chaves da vida...
Procuro por todo lado,
mas o desespero de não poder encontrar 
deixa-me louca...
As portas fechadas, janelas abertas...
Procuro no olhar o vazio do porta-chaves... 
Tudo me é trancado...
Estranhas regras...
Uma palavra... chaves.
Grito no vazio de um poço,
onde as águas profundas, 
pesadas pelo brilho de um vidro transparente
se perdem nas nuvens...
Ninguém as toca... 
Por vezes transforma-se em neve 
que me queima a mão,
mas me aquece o coração, 
por ter razão de ter encontrado... as chaves.
O portão antigo, ferrugento... 
Silvas o rodeiam...
O picar das urtigas caídas no chão...
Estão... 
As Chaves...

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O Aborto



O aborto é um fenómeno da natureza 
que o homem por mais inteligência que tenha 
e que possa usar as tecnologias 
ainda é uma incógnita da natureza...
Tudo na vida que nos acontece tem a sua razão de ser...
Ninguém sabe o que nos aconteçe, o nosso dia-a-dia...
Dizeis hoje e amanhã, Iremos para a cidade tal, negociaremos e tiramos lucros...
Vós não sabeis o que sucederá amanhã, 
pois o que é a vossa vida...
Em vez disso deveis dizer, se Deus quiser viveremos e faremos isto ou aquilo...
Sois como uma neblina que desaparece ...
Aquele que sabe o que deve fazer e não o faz peca...
(S. Tiago, cap. 4, v. 14)
O aborto faz parte desta nublina que aparece por um instante 
e desaparece quando menos esperamos...
Aceito o aborto com critérios judiciais (rectos os critérios).
São o raio x para esta criança...
Quando pai ou mãe doentes, a gerar um filho deficiente,
onde fica esta criança?
Se os pais por si próprios não podem tomar conta deles,
quanto mais vir ao mundo um ser com grau de deficiência...
Sejam sinceros e dêem a vossa resposta sem pudores...
Quem faz um filho é o pai e a mãe...
Outros (ou seja família), instituições não têm o dever dessa sobregarga
que impõem aos filhos que não são pais, mas irmãos...
Há uma diferença muito grande...
Vejo famílias destruturadas por esse motivo 
e quando constroem a própria família levam a sobregarda 
e responsabilidade de tomarem conta, a troca de bens, heranças deixadas aos filhos... 
É como se estivessem a fazer por prazer dos filhos obrigações...
Se assim for, então, todo o homem tem o seu preço...
Não estou a falar da Troika, mas sim nos valores 
que nos são impostos pelos nossos pais que nos dizem e afirmam que nos amam muito.
Pergunto: Quantos filhos têm?
Resposta: Dois filhos, mas um é deficiente...
E o que dizemos?
Filhos temos, mas a diferença destes pais...
Mostram essas diferenças por interesse ou comodidade...
Claro que aqui não quero machucar ou melindrar, nem ofender alguém.
Mas pensem comigo, o quanto é a realidade de porta sim, porta também.
Há aqueles pais que têm filhos perfeitos e os tornam deficientes em todos os aspectos.
Alguns até acham que a homossexualidade é uma deficiência 
e uma vergonha para a família, segredo de família, segredo de morte,
porque é uma deficiência...
Chego à conclusão que somos nós os abortos da sociedade, onde tudo nos é permitido.
A criança que ainda não nasceu, que não abriu os olhos
é que é o verdadeiro espírito puro que não viu maldade em ninguém
ou então deseja que não nasça neste mundo... o aborto.
Acredito que é muito doloroso para quem o faz ou tem,
mas mais doloroso é a criança viva e com o grau de deficiência...
São aprendizagens que fazem estes espíritos
e como espíritos evoluídos que são, apesar do defeito físico, a mente é de muita luz...
Peçam luz que vos será dada... 
Não tenham medo de amar sem preconceitos...
O amor faz milagres... 
A medicina já é um milagre...
O espírito não tem corpo...

A Partida



A partida é longa...
Quando a tornamos tão perto, 
basta apenas o desejo...
E a lágrima do rimel torna cinzenta a partida...
Sorrio na lembrança do desejo 
que o vento leve o peso da partida... 
Estendo as mãos
e o vazio cheio de saudades doces 
para um lambuzar da alma...
Pelo despertar de uma realidade perdida apenas
e encontrada numa pétala de rosa...
O não poder andar pela procura...
A dor é forte pela partida sentida pelo meu corpo...
A alma clama por ti... 
Uma solidão da partida...
Apenas encontro o sentir impotente perante a vida
que me mostra, sentada no restaurante.
onde a ementa é apenas...
Desejos sonhados...
Escolho um ficar à espera que seja realizado.
E nessa espera fico babado com o pensamento 
de que apenas saboreio... apenas solidão...
E por fim a partida...


domingo, 22 de setembro de 2013

A Estrada




Percorro caminhos sem fim,
 à procura do nome da terra,
onde perdida algures, sentado no alcatrão
espero que o tempo passe...
Na esperança de voar ao teu encontro...
Sinto pena de não poder beber 
todas as palavras que ficaram por dizer... 
A certeza da Primavera...
Reencontrar a estrada...
Para uma terra distante,
onde o nome fica gravado na areia da praia...
Apenas por momentos... 
Na alegria do espumar da onda do mar...
Fica a saudade de te poder abracar...
Os caminhos da vida...
A estrada...

O Tempo



Os teus olhos vêem um futuro longínquo,
onde a Primavera do cantar do galo,
escutada por uma multidão de uma Mesquita...
Vejo os teus olhos...
Perdidos na doença de um tempo esquecido,
lembrando arranha-céus, fogos de artifício...
De uma necessidade de enxugar a alma
com lenços de memórias esquecidas no caixote do lixo,
onde a limpeza é necessidade...
É obrigatória...
Numa medicação controlada pelo teu olhar...
Onde a saudade envolvida por um lençol de cetim,
sentido em meu corpo, 
desnudada pelo tempo...
Onde as rugas são laços de embrulho,
mostrando a fantasia, a beleza...
De uma oferta que a vida me deu...
Visto pelos teus olhos...

Um(a) Estranho(a)



Regras de trabalho, sorrisos de felicidade,
festas, casamentos, filhos...
Faziam de mim a mulher, homem mais feliz da terra...
Até um dia...
A perca sentida de alguém
que me foi roubado pela vida...
A luta é grande, mas muito desigual...
É um contra o tempo... 
Tenho sede de viver e encontro dentro de mim...
Um(a) Estranho(a)... 
O sorriso perdeu-se, o cabelo caiu...
As pernas fraquejaram...
As palavras gaguejavam...
Num silenciar prometido a mim mesmo...
Ferida aberta...
Continua a ser curada por um amor prometido...
Levado pelo vento... 
Tornando-me um(a) Estranho(a)...
Quero chorar, mas sorrio...
Quero gritar, mas murmuro silêncios altos 
de mais um dia de sol na minha vida...
Sou um(a) Estranho(a)...
O espelho mostra o que não quero reconhecer...
O gelado em meus lábios derrete-se com o calor da dor
abafado pelo tempo...
Sou um(a) Estranho(a)...
A lembrança do balouçar da bicicleta 
vai-se recuperando nas memórias...
De uma caixa de sapatos vazia que já não servem, 
outrora brilhantes, como o verniz das unhas...
O tempo passou...
Ficou apenas...
Um(a) Estranho(a)...

O Reencontro



Depois de tantos anos reencontro-te...
Fico parado(a) a olhar para ti...
Belisco-me para ter a certeza que és tu...
Não sei se fico feliz porque quero ficar
ou se fico com medo que te vás embora novamente...
Tantas coisas há para dizer
de um passado mal... passado... 
Onde perdidos pelas palavras
faladas pela boca de outros 
destruíram a ligação, o amor, 
mas principalmente o respeito...
A palavra mentira sempre foi a mais falada,
mas o negar constante dos movimentos de cabeça
mostra o quanto é verdade o meu sofrimento...
Tentamos mostrar o que de melhor temos ou fazemos,
mas o tempo foi nosso inimigo... 
Perderam-se vidas...
Quero agarrar-me a ti e dizer te que não te esqueci,
mas fiquei muda...
Preciso de recomeçar neste momento,
aprender a falar, a andar 
e olhar para ti sem medos que partas novamente...
O reencontro serve para viver momentos presentes,
olhando para nós com olhos humanos. 
Porque o inverso da vida torna-te frio(a), confuso(a)...
A tristeza no teu olhar é profunda...
Mostra o quanto tentaste sobreviver em toda tua vida...
A lembrança de consciências num reencontro de memórias...
O reencontro do destino!

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A Mão de Deus



Mão transparente...
Mão invisível...
Mas presente...
O sentir é intocável, como veludo...
Como beber águas da fonte... 
Pela mão de Deus... 
É o nascer do sol... e dias de inverno... 
Onde o faiscar do trovão cai em terra seca... 
Onde a mão de Deus 
rega campos de milho... 
Onde o olival escorrega azeite em nossos pratos, 
saboreando um prazer temperado... 
É um levar as crianças ao colégio... 
Onde avós jogam cartas, à sueca... 
A espera de um sorriso fértil da chegada do neto! 
A mão de Deus no embalo da vida... 
E a penumbra da noite, calado... 
Pelo silêncio falado, 
murmurando e jurando amores eternos... 
Fidelidades partidas... 
Onde alianças desgastadas pelo tempo 
se transformam em dinossauros pré-históricos... 
Na Mão de Deus nasceste, viveste... 
A Mão de Deus... 
Nos momentos de maior alegria senti...
A Mão de Deus...


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A Chantagem



Ao falarmos desta palavra ficamos ofendidos, tristes, revoltados,
mas também muito admirados...
A chantagem vem desde o nosso nascimento, senão vejamos:
Ao nascer dão-me uma palmada, porque não choro...
Se não quero ir à escola, dão-me um chupa-chupa...
Se tiveres boas notas, compro-te uma bicicleta...
O patrão, se produzir muito, recebe um bom aumento...
A nossa vida é toda chantageada desde a igreja:
Ou te portas bem ou Deus castiga...
As finanças dizem, ou pagam ou vamos penhorar...
Depois pensa-se se há razão para isso.
A vida confirma a chantagem... 
Vou a Fátima a pé, se ela me curar ou trouxer de volta o meu marido,
se o meu filho deixar de beber, fumar...
É a realidade de uma chantagem...
Temos outra muito perigosa, chantagem emocional...
Chantagistas de um grau desumano, cada vez mais existentes, infelizmente.
O patrão, o chefe, o colega, as jovens desprotegidas....
Mulheres que necessitam tanto do trabalho, não só pelos filhos como também pelas responsabilidades, dizendo ou vens para a cama comigo ou és ou estás despedida...
E ambas acobardam as suas necessidades de vida, infelizmente.
Ainda enche a boca para dizer, a máfia...
Se nos fazem desde que nascemos, crescemos e já adultos,
e com toda esta escola, naturalmente que nos tornamos uns chantagistas, 
corruptos, sem valores, alguns desumanos...
Um chantagista, na gíria, não passa de uma troca de favores, 
de agradecimento, de pena...
Corrupção até na doença existe...
Exemplo, eu tomo um comprimido, medicação e em troca fico aliviada na dor ou curado...
Eu falo em Deus e, silenciosamente, porque Ele é obrigado a adivinhar 
e a dar valores terrenos em troca da oração, diz a igreja.
Julgamos, condenamos e na realidade é esta chantagem...
Somos fruto de uma chantagem positiva, negativa o que na chantagem não existe.
Boa ou má é apenas chantagem.
Deixo o alerta:
Não se deixe manipular por palavras, porque é disso que sobrevivem os chantagistas...
As palavras são armas a nível mundial, mas são usadas sempre em função do mal...
Utilizem o bem!
Não se chantageiem a vós próprios...
Transformem! 
Desejo-vos que aprendam com a vida... 
Se semeamos, colhemos...
(S. Mateus, cap.13)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O Outono



É um varrer do vento, 
de folhas caídas,
cor de cobre...
Mostra a beleza do Outono...
O agasalho protegendo a nublina...
De um andar perdido pela madrugada fora,
na alegria de encontrar um raio de sol...
Ouço as primeiras chuvas
protegidas por uma fugida... 
À beira do caminho vamos pisando
o estalar da folha seca 
que se transforma numa massa,
confundido-se com a lama...
Assim é o Outono!

Rosto de Ninguém



Rosto sujo pela desgraça de um alguém...
Famílias estragadas de uma pobreza...
Onde a terra é soberba...
Como se trata de algo maravilhoso,
grãos castanhos, café...
Olhos apagados, e o queimado da pele
e um mendigar de amor...
Onde a mãe já morta pela dor, pela fome...
Pai ausente...
Apenas um rosto sujo, esquecido...
Uma guerra sem fim,
uma imensa planície,
onde nos banhamos nas praias secas
do tiroteio dos homens...
Sou um rosto sujo,
perdido na multidão...
Para encontrar a verdade
desta minha sujidade...
Rosto de ninguém ...

Avô




Tenho saudades tuas Avô...
Ensinaste-me o que a vida me deu...
O tempo fez a distância,
mas a presença é contínua...
Onde me fazes sorrir,
nesta pouca vida inocente, com lágrimas,
desde o meu nascer...
Na palavra Avô...
Tive que aprender para sobreviver...
A adolescente carente...
Onde o teu olhar percorria a minha vida
com a felicidade de chegar nas minhas viagens...
Poder abraçar um tempo...
As palavras sussuradas ao meu ouvido
diziam o quanto me amas...
Avô, o tempo perdeu-se na nublina da manhã...
Ficou a saudade...
Ficou a vida...
A tua presença em meu olhar, Avô...

Minha Luz



Vi-te branca...
Na penumbra da noite....
O fechar de uma porta
sobressaltou o meu espírito...
O arrepio no tempo perdido,
no lembrar da tua luz
transparente como o luar... 
Desse teu olhar fechado
à volta do meu mundo...
Sinto a sombra dos teus braços...
Em meu redor, por momentos...
Outrora perdidos no amanhecer da aurora...
Assim és tu...