domingo, 22 de setembro de 2013

Um(a) Estranho(a)



Regras de trabalho, sorrisos de felicidade,
festas, casamentos, filhos...
Faziam de mim a mulher, homem mais feliz da terra...
Até um dia...
A perca sentida de alguém
que me foi roubado pela vida...
A luta é grande, mas muito desigual...
É um contra o tempo... 
Tenho sede de viver e encontro dentro de mim...
Um(a) Estranho(a)... 
O sorriso perdeu-se, o cabelo caiu...
As pernas fraquejaram...
As palavras gaguejavam...
Num silenciar prometido a mim mesmo...
Ferida aberta...
Continua a ser curada por um amor prometido...
Levado pelo vento... 
Tornando-me um(a) Estranho(a)...
Quero chorar, mas sorrio...
Quero gritar, mas murmuro silêncios altos 
de mais um dia de sol na minha vida...
Sou um(a) Estranho(a)...
O espelho mostra o que não quero reconhecer...
O gelado em meus lábios derrete-se com o calor da dor
abafado pelo tempo...
Sou um(a) Estranho(a)...
A lembrança do balouçar da bicicleta 
vai-se recuperando nas memórias...
De uma caixa de sapatos vazia que já não servem, 
outrora brilhantes, como o verniz das unhas...
O tempo passou...
Ficou apenas...
Um(a) Estranho(a)...