Pegadas

Marcas do peso de meu corpo
Num caminhar desiludido...cansado e rejeitado
A pressão da agonia do momento  marcante faz de mim um pedinte da vida 
Sim....peço autorização ao passo a passo fazendo as pegadas forçadas ...profundas 
Debaixo de um sol ardente a visão  fica turva ....meus pés e escaldados  correm em direcção á sombra...
Oferece o descanso e  um lago com água  fresca...sorrio
Olho a minha  pegada
Revejo como um caminho que atravessei  para  a  conquista
De  trabalho marcado por mim própria
Uma mistura de sapatos confundindo com cruzamentos de pés
despedidos de vaidades 
mas como o tempo foi-se  apagando ...preocupada pergunto a mim mesma onde estava ??!!!
A lembrança de uma visão ...um anjo...levou-me em suas asas e libertou-me da marca da pegadas...
È importante ter uma pegada certa e  confiante por isso sempre marcámos o que nos interessa....
Com o tempo elas são apagadas ou somos levados em asas   para tornar a vida  mais feliz
As nuvens são caminhos do vai e vem...flocos transparência 
Pegadas políticas....
Pegadas do pai e mãe...
pegadas do amor....marcam sempre o jeito de amar

FAROL

Farol é uma estrutura muito alta ,geralmente uma torre dotada de um potente aparelho ótico  com fachos de luz muito fortes assim como espelhos reflectores  que se vêem a longa distância .O seu principal motivo é informar para quem esteja perdido seja em alto mar como em terra.,

A sua luz é intensa mesmo em grandes nevoeiro 

Um dos seus objectivos é prevenir aproximação de perigo ...

Ao longo da nossa vida também temos um farol ...a consciência

É uma torre muito forte... com uma luz intensa  e nos alerta constantemente de vários perigos...

A tendência de todos nós é aventurar-nos  pela vida dentro sem olhar a meios ,seguindo por vezes vozes  de estranhos que nos confundem a direcção

Mãos com dedos apontados  para nenhures,  remoinhos   ,ondas gigantes que nos engolem para um fantasma do passado

Por vezes é tão importante deixar-nos levar ao sabor das ondas....sabermos boiar sem nos importar com o tempo

E no despertar do conflito interno ...de consciências ..valores transmitidos pelos nossos pais  ....afogamo-nos

Em coma  alcoólico ... não pelo alcool  ingerido mas pela embrieguês olho á minha volta  e ao longe vislumbro uma luz tão forte que me abana  a alma levitando  para o ventre de minha mãe...

O Farol...sigo sofregamente sob o olhar paternal e  de mãos dadas com o sorriso de meus filhos  chego salvo  ao porto seguro

Tenho as asas de meu irmão que  susurram ao vento noticias de outro pais..

Em terra seca levanto os olhos ao céu  vejo o meu  Farol..

A minha Luz

MOÇAMBIQUE

Terra mágica...

Na estrada de  poeira  misturada a chuva em cheiros envolventes a  terra 

Canção com o batuque das palhotas 

Choro a saudade das ondas do mar da Costa do Sol...Bilene....Tofo

Embrulhada na capulana vou no maximbombo á procura de uma tombazana

Feliz saboreio com o caju picante na companhia de uma Laurentina...

descalça  vou ao Xipananine  num labirinto provocado pelo peso da bacia de papais  na venda..

As saudades de África  Minha levam-me  a Canada dry e fico presa na fronteira do amor  por guerrear como Nelson Mandela pela liberdade desta terra  aonde a alma chora perdida a despedida

Moçambique.... palavra sentida e vivida num corpo que liberta a alma para um fogo cruzado de emoções..

Moçambique ...coca-cola... és e serás sempre o meu amor perdido mas encontrado no tesouro do espírito

A lágrima de meu rosto  é o transpirar o calor de meu caminhar sobre terra escaldante  de sorrisos

num combate   de balas perdidas  de colonizada por.senhores feudais 

marcando a boiada a ferros quentes como registo de propriedade na terra de ninguém

o preto e o branco fazem o monhé na mistura de caril...chamuça...mabadjia

pondo os olhos em bico de tanta beleza chinesa ...numa conversa em inglês ou africâner

Um cocktail de raças 

Moçambique os meus olhos ficaram no teu abraço

Hambanine!!

Kanimambo 

Beijo... Chorado

E..tudo começa  com Adão e Eva

Ou melhor entre homem e mulher(hoje também a homossexualidade)

Não falo do corpo apesar de saber que é assim que se define a diferença de sexos...mas falo de um sentimento chamado ... amor

"Por esta causa deixará o homem  pai e mãe e se unirá sua mulher(homem).. de modo que não mais dois mas sim um só corpo....

S . Mateus capitulo 19 ...versículo 3 a 8...

Quando se namora o sentimento é de acreditar que é um amor para toda a vida

Com a continuação vamos para um casamento e dia após dia ...mês ..anos   percebemos que já não somos os mesmo ...o que natural

Todos os ideais de vida que tinha vão-se tornando  repetitivos  a chamada rotina ....perde-se   a vontade ...o acreditar 

Vive-se mais para fora do casamento deixando o diálogo ...calado

O dia tem 24 horas ...10 horas passamos  no trabalho porque a sociedade também cria-nos uma nova família ..os colegas de trabalho ...dormimos 8 horas...o que resta é dividido entre os filhos .,,a mulher ou(marido)...,,a limpeza da casa  

E o amor aonde fica seu tempo.?!!!
se acredito no amor? !! sim muito a vida só tem sentido se tivermos amor dentro de cada um de nós

Uma vez que se vive um tempo   esquecido do próprio tempo 

Falo do beijo silencioso que chora o  tempo

Cansada a mulher(homem) na sua postura sexual...o corpo desfalecido de preocupações ...uma boneca  agarrada  pelo prazer recebe  o desejo do beijo  chorado

Sua mente recolhe a saudade da solidão mas a obrigação imposta  rejeita o momento

Falo não em casamentos de  vinte ou trinta anos mas sim de casais jovens e de casamentos recentes  que se comportam como uma crisália....um sofrimento muito grande antes de se transformarem na liberdade...

Beijo chorado  na alma ...desliga o corpo 

Perde o tempo.....no desejo da liberdade

Mão Dada

De mãos dadas seguro na vida 

com a certeza da segurança de te ter... 

De mãos dadas transformo a infância 

em liberdade de escolhas, 

o conforto de sentir o teu toque... 

Transpiro no desejo do calor da emoção... 

De mãos dadas caminho por montes, 

passando para outra margem na ponte da tua mão... 

Sorrio com a pronfundidade da gargalhada tímida 

e, feliz, numa aliança, deposito no altar sagrado da vida 

o calor das tuas mãos... 

De mãos dadas ofereço-te a força deste apertar do amor... 

De mãos dadas ofereço-te o silêncio de sentir... 

A luz do amor, 

Obrigada! 

Aceitar, Sorrir!

Aceito o meu viver perdida num tubo de oxigénio... 

Encontro o sorriso de um filho, levanto-me lentamente...

Rasgada na ferida da alma digo baixinho, estou aqui! 

Surdos pelo egoísmo dançam música metálica... 

Inconscientemente, procuro beber o ruído num esquecimento tardio.

Percorrro ruas, levo a minha alma ferida da solidão num aceitar... 

Sorrir para mim é o reflexo do espelhar do lago... 

Procuro a força e na minha caminhada vislumbro a luz... 

Ergo os meus braços ao céu e em prece rogo perdão... 

Quero viver a voz...

Dentro do meu peito respira paz no teu olhar... 

Meu Deus, obrigado por ter forças de aceitar e sorrir- 

Um novo caminho me proponho a viver sob a tua protecção... 

Levo comigo a bagagem,

corro feliz ao teu encontro... 

Na ternura do olhar de uma criança sorrio...

A vida, aceito...

O Inesperado

Recebi a notícia...

Sufocada esperei a mentira na verdade,

a selecção de vidas filmadas ao milímetro.

Revejo a saudade de escassos instantes, a morte...

Levaste-me o milagre que carrego no meu ventre...

Feitiço de amor correspondido na ternura de te ter ao meu lado.

Na doença a tua presença ensinou-me em como sou feliz por sorrires...

Comparações esquecidas pela notícia da tua morte...

Mãe que chora o nascimento...

Mulher que chora a tua ausência...

Na esperança de te encontrar no caminho da vida

pego em farrapos que me restam...
Visto-me de luto na luta de sobreviver

na dor da separação do corpo e da alma...

Teimoso na tua luta de vida

quebras o teu silêncio com palavras de despedida... 

O inesperado, esperado aconteceu...

Nas minhas mãos uma réstia de fumo de vida, um cinzeiro...

Hoje, pego no sorriso de memórias,

na fotografia do álbum beijo
loucamente o fantasma sem corpo...

Sim, és tu meu filho...

Sim, és tu meu pai...

Sim, és tu meu marido...

Sim, és tu meu tudo...

És o inesperado...

A Massagem da Alma

Quando falamos de massagens a nossa mente delicia-se
com a imaginação da magia de um trabalhar de mãos no nosso corpo.
A massagem serve para tirar de nós os excessos acumulados
de responsabilidades do dia-a-dia ou mesmo de longos anos.
É impressionante o toque da mão suave,
do teclado de dedos a deslizar pelo corpo,
da mistura de óleos, incensos, melodia suave,
características de cheiros que nos levam ao meu mundo...
Deitada e desligada do dia presente fico submersa
nas emoções mais profundas do meu ser...
Fecho os olhos e a mão mágica transforma cada pedacinho do meu ser...
A dor é cúmplice com o desejo de sobreviver à pressão feita.
Livre voo como o beija-flor na procura doce...
No corpo faço a massagem,
na alma encontro a massagem...
O homem tem a capacidade de viciar o espírito mecanizando-o.
A alma fica subjugada a todos esses pensamentos que enrijecem o raciocínio.
E aqui é necessário a massagem da alma.,.
Trabalhamos, uma por uma, todas as emoções,
amaciando com pensamentos de amor, alegria, felicidade,
sorriso, força, o querer, o acreditar...´
 Cada dedo da nossa mão faz a massagem na nossa alma...
Cada dia uma emoção, uma massagem...
Os óleos são força para não escorregar,
repetidamente, no mesmo pensamento.
O incenso é o respirar o amor com o perfume que cada espírito merece. 
A Melodia é o som que vem de dentro de nós
e nos leva em ondas magnéticas para a liberdade da vida...
Uma aprendizagem que se faz para dentro de nós, quem sou eu...
Não existe livro ou ciência que estude a alma.
Ela ajuda, mas temos que aceitar, humildemente,
a protecção, caso contrário entramos em colapso mental, loucura.
A massagem da alma equilibra e protege. 
A massagem da alma completa a massagem do corpo.
Assim somos nós em harmonia com a vida...

A Passagem

Os meus olhos vêem uma beleza infinita... 

Num olhar mergulho dentro da magia da natureza
e encontro a essência da vida...

Pé ante pé, cada pedacinho do meu andar
é a minha tábua que vou construindo no viver. 

Nas águas calmas deixo-me levar pelo doce sabor... 

No infinito vejo-te ao meu lado, brilhando na protecção de luz...

A tua beleza acalma o meu espirito e, suavemente,
embala-me neste amor profundo que tenho por ti...

Dás-me a vida numa passagem de luz... 

Feliz entrego-me de corpo e alma 
na felicidade de percorrer águas que me levam onde quero.

Obrigada Deus por me ofereceres
a maior riqueza do ser humano... 

O Amor!

 

O Pão

 

Mastigo o pão que me alimenta uma fome de vida. 

Num trincar dorido da côdea rasgo, à dentada,
 cada pedaço do meu viver...

Envolvo  todos os ingredientes com a sabedoria
ensinada pelas mãos do mundo...

Água, vida...

Farinha, força...

Sal, atitude...

Fermento, Fé... 

Envolvo a vida com sabedoria na atitude
de conseguir a força.

Espero com Fé a levedura do nascer. 

No calar do silêncio acrescento o meu desejo,
um olhar de amor.

Sol, chuva, vento, fogo, elementos vivos
que me constroem a Fé do meu viver incógnito...

Numa multiplicação vejo o pão recheado com a melodia do fumegar.

Feliz danço à volta da felicidade...

Entre mãos, pedaços da minha alma...
Num puzzle construído na ternura de uma criança

salto fogueiras na pressa de crescer para viver
mastigando cada pedacinho do teu olhar...

Encontro na minha mesa cheia de sorrisos gargalhadas

pelo prazer de comer o pão...

São convidados a entrar e festejar...
Bom Apetite!

A Floresta

 Corro numa perseguição de fantasmas de sentimentos

no escuro da floresta verdejante. 

Encontro raízes de cimento que me fazem parar...

Entre o estar perdida e o ser encontrada, lados opostos desejados,
na quebra da vida corro na busca incessante de me encontrar
e de olhos vendados toco nos cheiros de lembranças de infância
que salivam o doce amargo no desejo de provar
as ervas daninhas que se confundem, ervas de cheiro...

Cada árvore fica quieta à minha passage... 

Cada folha caída nos meus pés são retalhos nus
que ficam no caminho da vida 
escolhida na corrida escondida da floresta...

O sol descobre-me e os meus olhos soluçam
do calor recebido e esquecido do teu abraço...

Finalmente, a porta abre-se para mim 
e, feliz, tomo banho de raios de amor...

Na floresta fica a ratoeira...

Na floresta caio e levanto-me num esforço prolongado
pelo sistema de justiça ínfime.

Grito, o eco responde... 

Quero ouvir...

Na floresta encantada,
pelo encanto vivido, na magia da vida...

 

Mãos Santas

 

Mãos santas são mãos mágicas, mãos de trabalho,

mãos com uma suavidade, mãos de amor...

Onde tocam fazem a transformação, fazem o milagre da vida...

A energia que emanam estas mãos dão continuidade
a todo um projecto de vida.

Tenho dentro de mim apenas uma lágrima 

que se transforma num rio de águas doces,
porque o meu sentimento é doce, é de amor
que tenho por esta grande senhora de mãos santas.

A imagem de Jesus Cristo feita em ponto cruz
é um trabalho delicado, muito minucioso e com muita sabedoria.
Todos os bocadinhos que tinha dedicava, no intervalo da vida,
com paciência e dedicação e amor, a um pedido do filho. 

Sorrindo disse, está bem filho...

Sempre pronta a proteger o seu marido carismático, a sua mente intelectual.

Sábio nas palavras ponderadas leva a vida numa constante.

Filhos equilibrados, responsáveis, respeitadores, mas com a energia da vida.

Descrevo cada ponto cruz sem crucificar, 
mas relembrar estas mãos santas, paralelas nas cores,
que no seu picotar encontrou o renascer de uma obra-prima.

O desejo com a dor transformou-se numa vitória...

E aqui começou o bailado da agulha com o cruzamento de linhas.

  Mãos sábias e muita naifa conseguiu a maior obra de arte espiritual.

Um tesouro oferecido por mãos valiosas serão veneradas eternamente.

Obrigada!
 

As Redes Sociais

 

As redes sociais são comprimidos para a solidão...

Senão vejamos, todos os que praticam ou partilham
desde o facebook, twitter, instagram, google+, etc,

depositam e partilham pedaços importantes de vidas, de emoções.

É importante que a nossa mente já saiba que muitos olhares,
ou melhor, clicks, se quiserem dizer likes,
irão fazer o que a torna mais feliz instantaneamente,
não pela imagem, mas sim pelo interesse de alguém desconhecido
que viu a partilha e consegue sorrir.

São pacotes de pudins instantâneos feitos,
por vezes, a frio e outros a quente,
mas o gosto é sempre nosso e depende do sabor.

Existem aquelas situações de partilha para mostrar,
também, que se sabe, outras para aborrecer,
outras porque se está bem disposto,

e outras vazias, sem expressão.

A solidão vive-se, cada vez mais,
nestas redes sociais de amigos virtuais.
Por vezes, a nossa mente de tanta solidão
quere acreditar nessa amizade.

Também há aqueles que se revoltam com o trabalho,
família e fecham a porta da realidade.
No mundo virtual mostram toda uma vida de partilhas,

solidão de afectos, de feridas profundas,
 que se transformam em sorrisos por um like.

Se a cura para todas estas emoções fosse as redes sociais
não existiriam depressões, esquizofrenia, loucura, bipolaridade.

Somos pequenos actores, onde encarnamos a personagem que gostamos,
 por detrás de um ecrã, e onde somos aplaudidos
com muitos gostos, likes, ou não.

A necessidade de sobreviver a uma solidão é enorme...
Por vezes, leva a confundir a realidade...

Ali, posso escrever o que quero, o que sinto,
um sentimento de garoto como um sentimento de morte,
estados de espírito de muitos doutores nos hospitais
com as mãos nos bolsos no estágio de psiquiatria,
psicoterapeuta, demência...

Sentem-se nessa pequena caixa mágica e procurem. 
Estudem a mente humana...

Os loucos não andam nas ruas...

Estão fechados dentro das redes sociais.

Querem melhor livro de estudo como a internet, redes sociais...

Encontramos mentes brilhantes mal aproveitadas
para a ciência, para a humanidade.

Sabiam que todos os loucos são seres espirituais muito avançados
e que não se contentaram com a pobreza do mundo vivente?

Não estou a falar de doenças degenerativas do corpo,
mas sim doenças da alma...

Cada um tem a sua vontade própria de aceitar.

Quando não aceita, a mente leva-o para uma paragem, 
 loucura, e ali fica à espera o resto da vida.

A solidão existe por falta de compreender o falar da mesma linguagem.

A solidão existe por duas ideias bué de fixe
que competem entre si pela ganância do poder.

A solidão existe por comodidade desse espírito...

A solidão existe por medo...

A solidão existe porque não sabemos abraçar...

A solidão é a mentira da palavra amor...

Água Doce

 

Navego em águas doces, salgadas pela vida...

Doce como o amor...

Águas contrárias que se unem 

na linha da liberdade...

Carregam o peso da saudade

como as melhores lembranças

vividas na profundeza dos oceanos...

Correntes que rejeitam 

a mão das regras do mundo,

sem preconceitos e racismos...

Coabitam na beleza dos golfinhos

como raias cruzadas de atitudes de tubarões 

abraçam pequenos nadas, pedaços de terra...

Navego com a liberdade

orientada pela nuvem... 

Sou levada pelo vento...

Minha voz silenciosa canta 

o desejo de chegar perto...

A Mesa

 

 

 

Sentada à mesa encontro uma refeição de amor, carinho,

sorrisos, harmonia, simplicidade e muita sabedoria...

Estou a falar de uma ementa que não existe nos dias em que vivemos...
A mesa é um utensílio doméstico de uma casa de habitação, de um lar.
Um local onde se partilham refeições que satisfazem a alma e o corpo.
Temos sempre a preocupação de juntar nesta mesa quem nós amamos...
Podem ser familiares, amigos, estranhos e damos o melhor que temos. 
Mas a função da mesa é alimentar sobretudo a alma
e cada lar tem o seu paladar.
A ementa é variada para cada um de nós no dia-a-dia
e não se podem fazer comparações, porque os momentos são únicos...
Sim, estou a falar de uma mesa mágica,
onde tudo se transforma em momentos inesquecíveis...
E cada pedacinho de pão representa toda uma vida amassada
e acrescentada com o fermento do amor 
que enfeita esta mesa com o cheiro fresco e saudável de vida...
O vinho embriaga-nos a alma pelas castas de sabedoria
e é saboreado com o prazer da gargalhada perfumada pelo tempo...
A mesa pode estar nua, mas com a continuação vamos pondo
uma toalha, talheres, guardanapos, flores.
Conseguimos enfeitar a mesa de acordo com o que queremos dar
e apresentar, sempre o melhor...
Mas a refeição, essa sim, marca pela diferença do paladar do amor...

A Cueca

Cueca, uma peça íntima utilizada para proteger a nudez.
A nossa educação religiosa não nos permite olhar
o nosso próprio corpo, tal como o devemos fazer.
Até porque quando nascemos, nascemos nus
e ao morrer vestem-nos...
Não temos vontade própria...
Deixamos falado, deixamos escrito,
mas há a vontade de vestir a morte sempre com a melhor roupa 
e como tal leva a cueca vestida.
Não o morto, mas sim vestida a intimidade de consciências...
Uma peça muito valiosa, riquíssima em valores psicológicos,
uma vez que cobre os orgãos sexuais.
A palavra deriva de "cu" de origem no latim vulgar culus 
e de "eca" do grego eco que significa domicílio.
A cueca fecha toda a parte mais frágil 
como a mais forte do corpo e da mente.
Podemos estar vestidos com ela,
mas somos despidos pela mente humana.
Temos povos que vivem e convivem sem ela.
Também vamos buscar o fio dental
e a tanga a esse povo pré-histórico.
Os tempos igualam-se, apesar da evolução...
Assim é a nossa vida...
A nossa parte mais íntima, o respeito, a educação,
a alegria, a felicidade (amor), o trabalho, é nosso.
Deverá ser protegido com muita intensidade,
porque a nudez desvaloriza o sentido...
Perde-se o segredo da vida...
São valores que precisam de dar continuidade à nova geração...
A nova tecnologia faz com que o monitor seja a cueca.
Pergunto, é real ou virtual?
Como temos mentes extraordinárias, graças a Deus,
para a evolução do homem, essa mesma evolução é contraditória 
e leva-nos a um mundo cruel...
Ficamos nus...
Não falo em cueca de pano, mas na cueca das emoções,
do amor do homem, da mulher, seres de muita luz, espíritos...
Como espíritos não temos corpo,
somos transparentes à luz do olhar...
Para que os olhos sejam limpos no olhar usem a cueca...

A Ausência

       

                                 

Passou o tempo na lembrança

que provoca a dor no vazio da tua ausência...

Palavra sonolenta de um despertar acordado...

Olho no vento e em cada partícula senti a tua ausência...

Corri em busca do teu respirar

e encontrei o cheiro do perfume em cada olhar meu...

A felicidade não está sentada na presença...

Ausência é um mensageiro de corpos ausentes...

Bebi o café da manhã acompanhado com o teu sorriso ausente,

mas presente no calor entre as minhas mãos...

Bebo, sentada sobre a vida,

e deixo-me deslizar pelo medo de não te encontrar...

Abro a porta da ausência...

Lá fora um céu azul turquesa

e nuvens de algodão doce derretem-se ao chocar

com a transparência de um olhar de criança...

Ouço passos e, entre o desejo e o desejar,

o teu rosto sorri para mim...

Ausência, distância...

Presença, abraço...

A Espera

 

Esperei que o vento trouxesse notícias tuas...
A brisa suave aconchegou-me
com uma frescura no meu rosto...
Fixei a linha do horizonte 
e a prata das ondas do mar é confundida
com cachos de cabelos rebeldes espalhados no areal...
Os teus olhos são conchas que à minha mão vêm ter...
Brinco num pestanejar de dupla visão
e verifico o brilho salgado do teu olhar...
Volto a perguntar ao vento por ti
e uma nuvem chora a chuva que cai no meu rosto...
Em oração junto as mãos e peço à vida um raio de sol...
O vento sorriu...
A nuvem passou...
O sol brilhou!

A Formiga

A formiga é um pequeno animal que pertence à familia Formicida,

o grupo mais numeroso dentre os insectos.

Acredita-se que estão distribuídas pelo planeta, excepto nas regiões polares.

A rainha mãe põe 300 mil novos insectos em apenas uma semana.

Constroem obras de arte nos formigueiros subterrâneos.

Entre eles existem as castas, o que mostra em que género de sociedade vivem.

A sua força, num corpo tão pequeno, consegue transportar,

por vezes, três vezes mais o seu peso.

Trabalham sempre em conjunto para uma comunidade.

Assim é a nossa mente...

Um pequeno orgão resistente a muitos traumas

provocados por pensamentos. 

Enquanto a formiga constrói, a mente é destruída

por pensamentos, ideias fixas, obsessões..

Apesar de tudo, de tantas responsabilidades,

ela mantém sempre um alerta...

Carrega cem vezes mais a sua capacidade de resistência.

A mente é feita para ser utilizada, inteligentemente,

para benefício do ser humano.

Quando estamos em estado tranquilo o equilibrio é grande

e consegue armazenar alegria, boa disposição, ou seja, está em paz.

Gostamos muito de carregar todos os problemas

que não são nossos, de tal modo que entramos em loucura, a depressão, etc.

O peso do pensamento joga com o corpo, sentimentos de extremos.

A mente é uma caixinha mágica,

onde é importante fazer a ilusão para encontrar o equilíbrio...

A formiga carrega o que é importante, o mais importante,

embora saiba o sacrificio que tem que fazer,

mas vale a pena...

Na mente, apesar de também carregarmos tudo,

excedemo-nos muito, o que nos provoca dissabores

negados pela própria consciência.

O valor das dificuldades recebe ajuda para recuperar

toda a energia, o trabalho feito com o propósito de sobrevivência.

Sejam formiguinhas, façam formigueiros dentro da vossa mente,

levando convosco objectivos, alimentos para matarem a fome à vida...

A formiga grande insecto de sabedoria criada por regras impostas ...

A mente é um orgão feito para trabalhar a emoção, o amor...

Se os juntarmos temos uma equipa enquanto a cigarra canta...

A Bússola

  

  

A bússola é um objecto com uma agulha magnética

 que é atraída para o polo magnético terrestre.
É o instrumento de navegação e orientação mais antigo.
É conhecida como Rosa dos Ventos 
que é constituída por quatro pontos cardeais,
quatro pontos colaterais e oito pontos sub-colaterais.

Os mais visíveis: Norte (N), Sul (S), Este (E) , Oeste (O), 
Nordeste (NE), Sueste (SE), Sudoeste (SO), Noroeste (NO).
Aprendemos desde criança a orientarmo-nos
por esta pequena caixa mágica.
Assim também nós somos e funcionamos como uma bússola
que são os nossos valores, a nossa consciência, a vida...
Com o tempo também aprendemos a ter o nosso objectivo,
o Norte, onde nasce o sol...
E se somos luz procuramos sempre a luz solar.
Precisamos dela para iluminar o nosso caminho...
Quantas vezes nos sentimos perdidos e dizemos, 
nem sei para que lado ando... perdi o meu norte... 
Ou seja,  tenho muitos pensamentos palavras e acções, 
em silmultâneo, que me confundem 
ou me fazem perder o que quero, o meu foco.
Assim, como a agulha da bússola também me sinto descontrolado...
Todo o ser humano tem sempre, mas sempre, um desejo.
Esse desejo varia com as transformações que vamos tendo.
O que eu pensava quando tinha quinze anos 
não é o mesmo que penso agora, 
mas o que temos em comum é saber sempre o que eu quero,
sem me perder, usando sempre os meus valores e sempre acreditando.
A bússola, pequenos nadas vistos pelos nossos olhos, 
num mundo de raízes fortes, cobertos de verde esperança,
na procura correcta de respirar o ar fresco que sedenta toda uma vida.
Bússola, procura correcta de despertar consciências,
segura dentro de pequenas grandes regras,
 sempre em direcções levadas por corpos escritos
em mapas realizados pelo desejo.
Com ela construímos mundos como 
com ela nos perdemos no confundir de sentimentos...
A bússola são estradas marcadas por experiências, com certeza,
e caminhadas pelo nosso olhar da alma...
Podemos mudar os quereres, mas os pontos cardeais,
a consciência, estão presentes e esses não se apagam dentro de nós...
Caminhe confiante e saiba que nunca se vai perder...
Tem dentro de sí os pontos cardeais 
que o levam com segurança, certezas, às descobertas da vida...
Você é a bússola que todos desejam ter...