domingo, 29 de dezembro de 2013

Mãe Luz



Um dia conheci-te 
e desde esse momento até hoje 
não mais parei de me sentir abençoada....
Foste acrescentando em minha vida muitas riquezas...
Não mais parei de me sentir abençoada...
Como por magia deste-me irmãs que nunca tive,
deste-me companheiros para a vida
sem nunca te cansares
nem esperares nada em troca...
No mais puro acto de Mãe...
Dás-me todos os dias o teu Amor,
desde que te conheci, minha Mãe Luz...
Agradeço a Deus a tua presença 
e não mais parei de me sentir muito abençoada...
Amo-te, minha Mãe Luz...
Obrigada, Santa Maria Adelaide...


sábado, 28 de dezembro de 2013

Fénix


Um pássaro da mitologia grega que quando morria entrava em auto-combustão
e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas...
Outra das características do Fénix é a sua força,
tendo o peso da carga dos elefantes, mas a leveza de um pássaro...
É uma história de vida igual ao Fénix que conto.
Fala-se muito de relações humanas, do humanismo, como também de racismo, bullying, 
características com que o homem luta diariamente, que tenta combater...
Falamos de países de todo o mundo, 
chegando a enviar mensageiros de palestras e até a própria igreja, etc.
Mais haveria a nomear, mas o importante é a mensagem 
e não o dedo julgador apontando apenas defeitos. 
Estamos a falar de uma realidade que todos os dias entram em nossas vidas,
em nossas casas em pleno século XXI.
Quantos casais não fazem chantagem entre eles, depois com os filhos e mais tarde entre filhos...
Sim, chamo casamento ou bullying?
É uma dor silenciosa que penetra na alma e choca a nossa consciência.
Até ter pensamentos loucos com loucuras descabidas...
Quando os pais se separam os filhos apontam o dedo julgador
e tentam julgar sempre mais um do que outro.
Será sempre o mais fraco, coitadinho...
Este casal, durante vinte anos, sofreu julgamentos menos dignos, 
de quem posso chamar de ser humano, 
onde puseram em causa a dignidade deste homem honesto, trabalhador,
mas sempre pronto a proteger suas crias...
Ela, no silêncio da noite, chorava a dor das palavras marcadas em seu corpo cansado...
Silenciosamente, todo o sentimento foi morrendo aos poucos,
como se de um câncer se tratasse que corrói dia após dia,
pelo julgamento de uma separação de casas.
Porque no final o sangue continua presente no seu corpo...
Pobres de espírito...
O desejo de morte acabou por acontecer e acabou por se transformar em cinzas...
Quando julgava que morria a transformação de vida era vivida,
como este pássaro, Fénix, que julgava que morria e renascia... 
Tinha o poder de ter vida e a força de um elefante, como a leveza de um voo...
Vinte anos se passaram e esta força, este querer, o acreditar renasceram. 
Não houveram palavras, acções que conseguissem matar este homem de grande coração,
mas a própria doença o tempo levou e marcou, 
como se um carimbo fosse, o tempo que não tem tempo...
Vejo o racismo que fizeram a este homem, vejo o bullying...
Vejo o que dentro de qualquer casa se passa, silenciosamente, sem que alguém oiça um suspiro...
Sejam Fénix...
Renasçam sem dó ou piedade por vós, pela força enorme, 
como de um elefante se tratasse, e um levantar voo digno de ser visto... 
Um levantar voo sem fim...
Não permitam que usem as vossas cinzas...
Façam férias cá dentro...

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A Floresta


Olhei a montanha 
e senti-me insignificante perante tanta grandeza...
Os meus olhos percorrem árvores vestidas de cor 
e cheiros da terra, do nevoeiro,
a formiga calcada pela ignorância do seu andar... 
Mas o cantar da cigarra lembra o Verão perdido neste mar imenso, verde... 
Onde tropeço nas raízes escondidas, por vezes desonestas, 
mostrando cobras em forma de alimento... 
Onde devoram almas que fogem do desconhecido, 
injectando veneno, paralisando-as de medo 
que perdem o andar e a capacidade de raciocínio... 
Onde a cascata, nos meus ouvidos, lembram a minha infância... 
Onde numa inocência brincava ao pé coxinho, à cabra cega... 
Tornei-me na triste viuvinha que andava na roda da vida 
a chorar um choro de criança que tudo tem e nada a satisfaz... 
O nevoeiro levanta-se e é deslumbrante! 
O que vejo? 
Vida! 
Raios de sol penetram no meu corpo, 
aquecendo a alma de tão forte ser a sua luz... 
Incendeiam-se paixões na floresta num abrir e fechar de olhos, 
onde prisioneiros a este fogo ficamos... 
Sufocamos com tanto fumo que nos aparece, 
o tal nevoeiro que nos perturba a visão, 
mas continuo a querer olhar a montanha 
e sinto dentro de mim uma alegria imensa de ver tanta beleza nos meus olhos... 
Volto para a cidade marcando caminhos para renovar o queimado 
já transformado pelas primeiras chuvas... 
E a Primavera em flores é como o verde da esperança... 
Tudo voltou ao seu lugar... 
A minha floresta!

domingo, 22 de dezembro de 2013

O Ano Novo




Andamos 365 ou 366 dias à espera do primeiro dia do ano,
da passagem do dia 31 para o dia 1.
Se repararem disse dia 31, dia 1, mas não disse o mês. 
Existem tantos 31 ou dias 1, tantos meses e não fazemos a festa que desejamos. 
Muitas vezes dizemos, que seca mais um dia... 
Ou é final do mês, fixe já dá para pagar as contas... 
Porque não festejamos estes dias, todos os dias? 
O Ano Novo começa quando acordamos e abrimos os olhos, 
quando nasce um filho, quando ficamos curados de câncer, por exemplo, 
quando saímos ilesos de um acidente, quando casamos, 
quando dou o primeiro beijo, quando tenho uma bicicleta nova, 
quando recebo um abraço de alguém distante. 
Tudo o que me faz feliz marca uma nova etapa. 
O meu Ano Novo! 
2014 é o ano da missão sorriso. 
Sim, missão... 
Fazemos tantas fundações, missões, etc... 
Porque uma missão sorriso significa fazer sorrisos aos outros 
ou proporcionar sorrisos e bem estar aos outros. 
Esta missão sorriso começa por nós desde o primeiro dia do ano novo, 
seja qual for o dia tenho a missão de mostrar o meu sorriso, a minha alegria... 
A transparência de luz no nosso rosto por este sorriso é maravilhoso...
Um ano de transparência para todos nós 
porque queremos mudar a vida e queremos que a vida nos sorria.
Quem semeia sorrisos colhe alegrias.
Acreditem, tenham Fé, sonhem! 
Com a missão sorriso conseguem com mais rapidez o que é desejado. 
É um trabalho diário como se fosse um alimento, 
como se fosse uma peça de vestuário que cobre a nossa nudez. 
Diariamente precisamos de o fazer... 
Sorrirmos para os outros sem vontade, mas sorrimos... 
Vamos sorrir para nós, para dentro de nós, como se fosse um palhaço. 
Porque no fundo fazemos rir tantos seres humanos à nossa volta, 
com vontade ou não, que nos esquecemos de sorrir para dentro de nós... 
O significado da palavra sorriso, com o devido respeito destes artistas do riso... 
A missão sorriso marca um início de vida com segurança, astúcia, 
perseverança na construção de um mundo dentro de nós de sorrisos... 
Vivemos num mundo onde temos pequenos mundos, construídos por nós, 
e cada vez mais refugiamo-nos no nosso mundo... 
Se somos egoístas... Não, o egoísta foge, esconde-se e o seu rosto é de traços fechados, 
as linhas do rosto são muito marcantes, tornando-o sisudo. 
A missão sorriso ensina-nos, precisamente, a não ter marcas no nosso rosto. 
Apenas um rosto de felicidade, de luz... 
Façam a vida a sorrir, para vós, ao acordar, entardecer e ao deitar com a força, o querer, a partilha... 
A vida agradece-vos com um enorme sorriso... 
Sorria! 
Está a ser filmado!


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Um Amigo




É aquele que abraça em silêncio... 
É aquele que ouve, escuta e é surdo...
É aquele que nos chama à atenção..
Amigo... 
É companheiro de todas as horas boas... 
Amigo é aquele que escolhemos 
e temos para a nossa vida... 
É aquele que nada dizendo diz tudo com a sua presença... 
Amigo... 
Chora connosco, gargalha connosco... 
Aprende e não repreende, mas zanga-se... 
Mas amigo é diferente de tudo e todos 
na liberdade, na humanidade... 
Tem uma vida misturada como se de um mix se tratasse... 
Amigo... 
Pai, mãe, filho, mulher, marido, namorado... 
É apenas amigo...
Quando diz tenho fome uma sopa de estrelinhas, 
luz aparecem na nossa alma e traz o aconchego... 
Amigo... 
Não tem moralidade, não tem corpo, 
não tem cor, religião ou país... 
É do mundo... 
Por seres meu amigo, aquele amigo, 
escrevo para dizer... 
Obrigado por me escutares em silêncio... 
Amigo...

A Sala de Espera



Um lugar onde se encontram muitas almas...
Quer de justiça, quer de doença, quer de beleza, quer de morte...
Sentada na sala de espera numa cadeira vejo almas preocupadas do vazio da vida...
Encontro cadeiras cheias de corpos, mas tão vazias... 
A segurança é pouca, mas o medo de uma espera longa 
traz memórias ou lembranças de vidas, do porquê...
Vou falar...
Não, a imaginação flui de ideias sobre ideias não sabendo qual a mais correcta...
Estamos pendentes de algo que nos vão dizendo...
Que nos dão vida, que nos dão morte, que nos dão espera numa sala de espera...
Disse morte?
Morte de preocupação da vida...
Lá eu me encontro...
Estou pendente de um sim ou de um não...
O que leva a acreditar que me encontro numa situação contrária 
a toda uma vida desejada senão não estaria sentada numa sala de espera...
Se estou no médico preciso de ouvir o veredito... 
É importante...
Entrego a minha vida em mãos desconhecidas...
Passam a ser o Deus da razão, da cura... 
Esfrego as mãos num despertar de consciência que me diz estás curado... 
Mas a alma, mas o espírito, ele, não está a aceitar toda esta espera...
Estou na sala de espera, do juíz, também ou porque cometi algo que não devia...
Sofro a consequência...
Semeamos, colhemos de algo ou por alguém...
Também estou dependente da razão do juíz...
E a pergunta é, tenho que lavar roupa suja 
e expor toda uma vida para justificar a razão?
Estou sentada na sala de espera, no salão de beleza...
A esperança depositada em mãos estranhas, mas confiantes...
Três contrastes de sala de espera, 
onde a mente destrói como constrói vidas em mãos alheias...
Sala de espera são como ladrões de personalidades, de ideias e ideais
que nos confundem e fazem acreditar que somos condenados...
É um batalhar de ideias...
A sentença está ao lado da liberdade...
Consegui sair da sala de espera 
que não é mais do que a minha consciência 
que clama dia e noite a razão do meu viver...
Não gosto de lamúrias, de vitimizar,
porque a vida só tem sentido se a sentirmos com alegria e muito amor. 
Mas acredito que a infelicidade é um caminho percorrido por nós 
porque queremos, porque o deixamos...
É um lamento permanente...
Corro para a vida como para os braços de uma mãe viva e protegida...
No nascimento morremos...
Crescemos sempre com a ansiedade de termos mais anos...
Queremos ser mais velhos e quando o somos o espírito 
é o reflexo de todo esse tempo de espera numa sala de espera...
Somos como o vento...
Estamos em todo o lado... 
Ninguém nos vê, ninguém nos toca, mas todos o sentimos... 
Assim é todo o espírito...
O panfleto colado na sala de espera...
Em cada quatro pessoas, três são esquizofrénicos.
Serei um(a) dos três?
Serei o(a) sobrevivente?
Na sala de espera...

O Natal



O Natal foi feito pelos homens para ultrapassar 
um final de Outono e um início de Inverno. 
O povo até chama a Dezembro um mês morto, 
porque os dias são pequenos e as noites longas.
O nascimento de Jesus Cristo marca uma etapa,
como qualquer nascimento de uma criança (um filho).
Marca-se a responsabilidade, o ser mãe e pai, ou homossexual,
porque não me interessa os corpos, mas sim o amor. 
No nascer e no morrer somos todos iguais. 
O nascimento de Jesus num estábulo, em palhas...
A fuga dos pais, José e Maria, para que o seu filho nascesse bem. 
Nós, pais, também a partir do momento que sentimos o bebé,
protejemo-lo para que nada aconteça, fugindo de todos os perigos... 
José e Maria foram guiados por uma estrela,
bateram em muitas portas e nenhuma se abriu...
Nas nossa aflições batemos a tantas portas e só ouvimos a palavra não,
mas temos uma estrela, uma luz que nos indica o que devemos fazer...
Os três reis magos, Belchior rei da Pérsia, Gaspar rei da Índia, Baltazar rei da Arábia,
são guiados por uma estrela e levaram ouro, incenso, mirra... 
Ouro significa saúde... 
Incenso significa espiritualidade...
Mirra representa o trabalho...
Procuramos uma riqueza ou um brilho de ouro 
e não reparamos que está dentro de nós... 
A nossa essência, o incensso, a espiritualidade, o sentir o cheiro da vida... 
Mirra, o trabalho porque nada nos é dado gratuitamente... 
Se semeamos colhemos e trabalhamos tanto 
que na velhice ficamos mirrados e nem todo o ouro serve para nada...
É tarde de mais e passamos a usar a espiritualidade...
O corpo ficou desgastado de tanto correr atrás do vento... 
No Natal celebra-se o nascimento de cada ser humano... 
A vida que está em nós, seja de que credos for,
porque cada religião tem o seu Natal...
É um brinde, um brilho que utilizamos para que,
pelo menos uma vez em cada ano que passe,
a palavra família seja o espírito do Natal...
É a união de todos os que os que estão perto,
como aqueles que fazem o esforço de estarem presentes, mesmo estando longe... 
A troca de presentes é a gratidão de estarem presentes pelo esforço
e oferecemos o que gostam em sua homenagem...
Não para uma sociedade consumista...
Vamos trocar as emoções, converter tristeza em alegria,
amor em abraços, zangas em perdão e todas as outras que conhecemos...
Isto é o Natal todos os dias...
Para vós, hoje e sempre, todos os dias, um santo e feliz Natal...
Esteja onde estiver este é o meu Natal...
O meu nascimento...
Renascimento...


domingo, 15 de dezembro de 2013

Cuba



Encontros e reencontros forçados pela vida...
A saudade é longa
de uma imagem passada,
mas de uma lembrança presente...
Reflecte o futuro...
Sorriso alegre, de longos olhos negros...
De mãos dadas pelo calor
sinto o aperto do coração,
como a chuva que cai no meu corpo...
Com cheiros a terra 
conjuga-se com a pele morena...
Chamo por ti,
mas num grito silencioso...
Palavras entaladas como se fossem uma sardinha...
Vejo o mar aos meus pés...
Castelos de areia ficam em sonhos...
O tempo passou... 
Dez anos vividos e o telefone tocou...
O suspiro foi abafado pela alegria de ver...
Palavras vibradas, cristalinas ao toque, 
ao som da melodia da tua voz...
Que me traz Cuba de volta... 
A paz, a vida, a dança, a magia...
Ofereço uma cuba livre...
Um amor livre...

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Para Ti



Peguei em ti ao colo...
Senti as lágrimas no meu rosto 
de felicidade sentida que o tempo levou...
Dei a mão ao parir...
Coberto de neve derrete-se na imaginação 
de uma criança risonha
que a noite levou na magia do Natal...
Três reis magos, ouro, incenso, mirra...
Queimado e derretido...
Nas tuas mãos deposito a vida...
Dei à luz uma menina, de grande alma, 
como o despertar da madrugada...
Aurora de seu nome...
Permanece sobre os lindos raios de luz...
Numa primavera florida de vidas
que seduz um cantar celestial que dedico a ti...
Ao som das harpas levanto voo ao meu espírito...
Escondido entre as nuvens espreito o teu viver,
como água no riacho sedente do teu amor...
Bebida com sofreguidão,
num engasgar de soluços...
Permaneço num túmulo fechado, esquecido,
num deserto descampado entre duas vidas...
Nascer... Morrer...

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A Automutilação

 

Um fenómeno silencioso que se chama automutilação...
Vem sendo escondida e é um registo na sua própria pele,
no seu próprio corpo...
É uma doença que se manifesta na adolescência 
e vai pela vida fora, dependendo da gravidade emocional,
à semelhança da anorexia nervosa, bulimia...
São quase irmãs gémeas, direi eu...
Aqui quem sofre é o corpo inteiro, mas o mentor é a alma...
Na autoflagelação o mentor é o mesmo, a alma,
mas o corpo sofre golpes profundos em certos lugares não visíveis.
Chega a ser, por vezes, o mesmo lugar várias vezes...
Ela (pessoa) não se mata e nem se tenta matar.
A intenção é sofrer...
Os golpes são sempre com facas, tesouras, vidros, chaves, etc,
fazendo largos e profundos rasgos que chegam a levar pontos cirúrgicos...
Mas sempre escondido(a)...
Nunca mostra a realidade...
A dor está na alma...
No corpo fica a marca da dor provocado por terceiros 
e há necessidade de se martirizar, chocando o respeito por ele próprio(a)... 
A dor do golpe é tão dolorosa como a faca afiada que penetra pelo corpo dentro...
A cada segundo o medo em sua alma esconde o sangue escorrido pelo desgosto da rejeição... 
Logo, a auto-estima é nula e é chocante ver cada vez mais pessoas 
a utilizar este massacre de orgias pelo prazer sentido num corpo vazio de alma...
O medo que se sente de ser descoberto...
Uma nudez flácida sem coragem de erguer,
como se de ladrões de vidas fossem e todos os passos são silenciosos 
pelo desgosto de não serem eles próprios...
Estas tatuagens são vistas pelo homem como se de loucura fossem 
e o internamento é o caminho certo, forçando um tempo no tempo sem cura...
Esta cura só virá com dedicação, muito amor,
mas muito mais respeito pelo golpe, pela cicatriz, pela loucura...
Sem recorrer às cirurgias plásticas o importante não é apagar mas corrigir...
Os negros, africanos, assim como os ocidentais fazem tatuagens com autorização
e o sorriso no rosto de orelha a orelha e fazem montras ambulantes...
Na automutilação escondem-se todos os preconceitos, racismo...
Uma doença da nova geração, mas escondida por longos anos debaixo da mesa... 
Esta mensagem é uma chamada de atenção.
Vigiem mais as pessoas que estão ao vosso lado, vizinhos, colegas, filhos, etc.
O isolamento é um dos sinais...
São também bons artistas do riso, onde se escondem as lágrimas...
Uma janela fechada para a vida...
Lutem contra este câncer maligno...
O seu medicamento chama-se amor...
A vida é água...
A dor é partilhada...


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Alma Penada

 

Esquecida pelo gelo das emoções...
Perdida num corpo que rasteja sobre a terra
e contra um. tempo desigual...
Zombis penetrantes em cada canto do mundo...
Os sorrisos queridos de amores levam o vento...
Transformações multiplicam-se em aços... 
Grande resistência...
A fortaleza reage a um querer de sobrevivência...
A guerra das palavras provoca câncer no espírito
pela vergonha racista, tão negra, mãe negra...
Choro as grades que vivo 
para sorrir dentro de mim a saudade da liberdade...
Que roubada de um tempo passou pela falta de verdade...
Grades de vida fechadas e enclausuradas de preconceitos...
Jogo as chaves da vida de um trocar de mãos...
Alianças escorrem entre os dedos frágeis, magros 
pela fome de amar...
Alma penada... 
Registo sombrio que carrego com dor
nas águas fundas do mar salgado,
flutuando em coletes de salvação...
Vou morrendo de desgosto,
tratando com uma delicada elegância
a beleza da alma penada...



domingo, 8 de dezembro de 2013

Uma Carta ao Pai Natal




Olá, Pai Natal!
Sou uma pessoa adulta com alma de criança, 
porque gosto muito de viver feliz, com responsabilidade. 
Gosto muito de brincar com as crianças que sonham com a magia do Natal.
Quando pequenino(a) diziam-me:
"És tão giro! Pareces um adulto..." 
Mesmo que quisesse ter um comportamento de criança,
os adultos cada vez mais exigiam de mim...
Mas cresci sempre com o sonho de que um dia iria escrever esta carta para ti, Pai Natal. 
Olha, Pai Natal, eu gosto tanto, mas tanto de ti...
Quero agradecer-te porque me ensinaste a sonhar,
a acreditar que um dia irias aparecer na minha vida e iria ter o meu presente...
Não te peço prendas, porque já sou uma rica prenda...
Não tenho nada que possa dizer que gostava muito de ter...
Sabes como fui sonhando ao longo da minha vida...
E todos os meus sonhos se realizaram... 
Todas as pessoas, desde crianças a adultos, pedem sempre paz, harmonia,
que se acabe a guerra e que todos sejam felizes para sempre...
O que eu queria, Pai Natal, é que vivas sempre nos corações de todos nós
porque tens o dom de nos fazer sonhar...
E o sonho comanda a vida...
O que eu queria, Pai Natal, é que não deixes que os homens façam de ti um negócio,
uma sociedade consumista à tua conta...
Essa magia perde-se e é com ela que vivo... 
Estás a entender a minha preocupação de criança adulta? 
Queria também pedir-te que quando te veste de Pai Natal
e os pais pagam para tirares fotografias 
com as crianças sentadas ao teu colo
e perguntas qual a prenda que querem, 
porque te dão uma lista, responde...
"Que todos os presentes que desejam na vida é saúde para os pais poderem trabalhar 
e construírem uma família feliz, de valores...
Só assim é que tu, Pai Natal, consegues mostrar o espírito de natal...
Ainda tenho um desejo....
Nunca acabes com a coca-cola...
Esse também é um desejo teu porque nasceste de um anúncio da coca-cola.
E essa bebiba já salvou muitas vidas... espírito natalício...
Desculpa, mas como és bom ouvinte ainda te peço mais um...
Que todas as mesas sejam fartas de sopa, carne, peixe, pão...
O resto que ensinem a plantar, fazer criação de animais
e assim se sobrevive e fazemos o Natal todos os dias...
Antes comia-se o bacalhau nessa, e apenas nessa, altura...
Agora a fartura é muito grande...
Estraga-se muito alimento...
Por isso, tu és o sonho de qualquer criança...
Ensina e não alimentes as mentes dos pais para algo que não têm força... 
Para dar a mesma qualidade de vida...
E geram-se mais tarde separações
e assim se começa uma guerra dento e fora de casa...
Sabes, hoje vou sonhar contigo e vou pôr o sapatinho 
à espera que continues a dar o que sempre me deste...
O valor de sonhar...
O valor de um sonho...
E liberdade de escrever
e não de pedir, pedir, pedir...



sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A Maratona



Corro pela vida à procura do tempo....
Tempo transformado em passado 
pela corrida feita. 
Corro pelo tempo com ansiedade de trabalhar...
Num deslizar de alcatrão, 
onde os meus pés feridos
sangram dor da saudade...
Corro pelo tempo,
uma procura louca na multidão...
O teu rosto que não se define pela cor, 
mas pela alma...
Corro pelo tempo,
velocidade descontrolada,
onde sinais são ignorados 
pelo prazer de sentir nas minhas mãos 
a direcção da vida...
Corro pelo tempo 
em busca de uma massagem tranquila, 
de um relaxamento discreto, intenso... 
Marionetas falantes, pelos dedos, 
dão vida à imaginação infantil...
Corro pelo tempo
com o tempo encontrado 
na saudade de um abraço...
Dois olhares cintilantes 
pelo beijo prolongado
envolvido na pressa de sentir
o tempo percorrido...


O Burro, o Vellho e o Menino



Vivemos num mundo em que nada nos satisfaz...
Não é a sociedade, mas a insatisfação vem do ser humano, o homem.
Esta história infantil retrata muito bem o que escrevo, em qualquer parte do mundo.
Era uma vez um velhinho, mais o seu neto. 
Decidiram ir à vila e levaram consigo um burrito para os ajudar no transporte das suas mercadorias.
Iam os dois a conversar pela estrada fora e ao passar por uma aldeia ouviram uns comentários:
"Olhem, aqueles dois podiam aproveitar a boleia do burro.
Vai leve e não se cansavam. É para isso que os burros servem..."
Decidiram, então, que o avô fosse em cima do burro. 
Mais algum tempo passaram por outra aldeia e ouviram as pessoas a falar:
"O velho em cima do burro e o pobre do garoto já deve estar tão cansado...
Coitadinho, é uma criança... Louvado seja Deus!" 
Voltaram novamente a trocar.
O menino em cima do burro, o velho a pé e novamente o comentário:
"O mundo está perdido... Já não há respeito pelo mais velhos...
O garoto que tem a energia toda é que vai em cima do burro e o pobre do velho vai a pé..."
Mais tarde, novamente, decidiram os dois ir em cima do burro,
mas mais uma vez ouviram o comentário:
"Desgraçado do burro com aquele peso todo em cima dele..."
O velho e o menino olharam um para o outro e decidiram voltar ao início da caminhada.
O burro, o velho e o menino a pé pela estrada fora. 
Já não entendiam e nem conseguiam entender o que se estava a passar,
porque fizeram tudo para agradar a todos...
Queriam ser justos, mas por todas as atitudes que tomavam ficavam sempres mal vistos.
Fazemos as coisas com coração, tentamos corrigir os erros que os outros fazem,
o exemplo dos filhos, para que não sofram, mas na realidade há uma insatisfação constante do mundo...
Em S. Lucas 18, S.Lucas 17, v.11-19, S.Lucas13, v.6-13,
o juíz, a cura dos leprosos, da figueira infertil...
Todas estas mensagens bíblicas retratam que mesmo naquele tempo já havia ingratidão,
vivia-se em função da sociedade...
Estamos no século XXI e ainda se pratica...
Todas as mensagens escritas mostram que não podemos agradar a gregos e a troianos,
mas conseguimos agradar a nós próprios... 
Por mais boa vontade que tenhamos o mundo pertence a quem vence...
Somos sobreviventes desta sociedade, onde as palavras são armas mortíferas
que matam a alma, dignidade fazendo-nos acreditar que quem está errado somos nós... 
A magia da vida vem ao nosso encontro através do amor, do sorriso, do acreditar
e a melhorar de acordo com a nossa consciência.
Não percam tempo a justificar...
Usem a força da vida que está dentro de vós...
A verdade por mais que doa, o acreditar, a fé...
O burro, o velho e o menino é uma lição de vida da ficção para a realidade. 
Caminhem...
Ter ouvidos e não ouvir as más línguas...
Ter olhos e não ver o que nos desagrada, o que nos tire da verdade...
Ter boca e não falar em situações que nos prejudiquem 
ou responder a faltas de respeito, a provocações...
Assim termino a dizer...
Sejam guerreiros de luz!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O Pedido Silencioso


Senhor,
guia os meus passos descontrolados...
Pelo aprender a caminhar, pelas tuas mãos...
Senhor,
sigo de olhos fechados a montanha, 
a pedra, como rios, mares, 
com a certeza de que estás ao meu lado... 
Senhor,
rezo contigo num falar de menino, 
onde as palavras soltas na conversa
prolongam a minha protecção 
pela vida fora...
Senhor,
vejo-te na cruz, rosto de dor...
Pintado pela mão humana,
projectado na minha vida...
Homenagem sentida que provoca amor...
Senhor, 
sentida presença de luz,
sou levada em teu aconchego...
E o perfume da vida faz florir o jardim...
Senhor,
obrigado(a)!


Casas com Alma



Muitas vezes utilizamos estas perguntas:
Estás a falar sozinho(a)?
Estás a falar com quem?
Estás a falar para a parede?
Estás a ficar tolinho(a)?
Nós nunca falamos sozinhos...
Temos necessidade de verbalizar 
para que o nosso consciente ouça o que nos vai na alma. 
Pode ser revolta, pode ser tristeza, como também solidão...
Estamos sozinhos em casa 
e não temos ninguém com quem desabafar ou ouvir,
nem que sejam disparates.
Aliás temos muita pessoas á nossa volta mas não falam a nossa língua 
Então falamos para a parede ou falamos sozinhos...
Não significa que estamos loucos.
Pelo contrário, mostra o quanto nós seres humanos necessitamos uns dos outros.
Amizade, carinho, respeito, mas principalmente muito Amor...
É uma linguagem universal e tem o poder de unir seja com quem for.
Se a parede ouve?
Sim, acredito que as casas têm alma. 
Não, não estou a falar de cimento ou ferro, mas sim de sabermos utilizar a casa, habitação. 
Um local onde nos despimos de preconceitos e também de uma nudez mental...
Um local onde vivemos, onde personalizamos cada detalhe como se de nosso corpo se tratasse...
Uma peça de vestuário elegante que veste com uma perfeição...
As casas com alma são o local onde habitamos e têm a nossa alma, o nosso espírito...
Se somos nós que a habitamos porque é que dizemos
que são os outros espíritos e que não gostamos dela?
Talvez o não gostar muitas das vezes só tenha a ver com o nosso estado emocional,
como também com histórias ou vivências de vidas de casas destruturadas,
como a morte, a penhora, o divórcio, o abandono, etc...
E quando estas situações acontecem, por vezes a culpa é do homem, 
outras a traição da vida que nos foi roubada...
Não são os espíritos dessas pessoas que incomodam, não acredito... 
A nossa vida está desarrumada e vamos buscar inconscientemente toda a história dela. 
Sim, entramos em casas que não nos sentimos bem 
e é porque a energia de quem lá habita não é positiva e por arrasto toda a sua vida...
Acredito, cada vez mais, que ao falarmos para as paredes temos a presença de Deus,
espíritos de luz que nos ouvem e que nos guardam de tudo.
Um caso real de dois idosos que se aqueciam à lareira...
A sua casa era muito humilde, feita de barrotes 
e coberta a chapa, mas eles forraram-na a esferovite.
Jantaram ainda com a lareira acesa e foram-se deitar...
Tinham a sua devoção, fé, uma imagem de Nossa Senhora de Fátima 
e da Santa Maria Adelaide, assim como outros amiguinhos espirituais...
Levantaram-se de manhã e qual foi o seu espanto ao observarem
um dos barrotes queimado e caído junto da lareira,
um armário também como se alguém tivesse apagado o fogo...
E até onde estavam as imagens de fé tudo foi apagado...
Com isto perceberam o quanto foram abençoados
como também aprenderam a ter mais cuidado...
Um caso real de fé que ensina que nunca estamos sozinhos...
Existem casas com alma, mas com espíritos de luz...
Termos um tecto é uma bênção...
Estamos protegidos das chuvas, ventos, frio, calor...
É um local que merece o nosso respeito porque habitamos lá...
Vamos mantê-la limpa, ou seja airosa, aconchegante,
harmoniosa, mas sempre com muito Amor...
E o falar para as paredes é um modo de conversar com Deus...
Era uma casa tão engraçada...


sábado, 30 de novembro de 2013

O Toque

   

Um toque de Deus...
Senti o teu tocar em meus braços...
E o choro do nascimento do meu filho(a)
faz-me sentir feliz...
Um toque de Deus transformou a minha vida
e sentada na areia da praia
vejo o quanto és maravilhoso, deslumbrante...
E a perfeição do calor humano 
sentida pela brisa do mar fresca...
Levanto os olhos e a gaivota ao meu lado
dedica-me o seu cantar,
como também o bater das asas,
elevando-se no seu voo...
Assim te vejo em meus sonhos...
Um toque de Deus torna-se mágico 
e onde estás tudo se transforma... 
Apareceste na minha vida
como a estrela da manhã e não consigo ver a noite,
porque tudo brilha no Céu estrelado,
tornando-o uma imensa luz...
Um toque teu, meu Deus...
É Mágico...
Obrigado(a)!!

 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A Zebra



Zebra, será um animal?
Zebra, será uma passadeira?
Será um código de barras?
A zebra é constituída por duas cores:a cor branca e preta.
O que quer dizer?
A zebra é... 
O nosso lado positivo, a cor branca, e o negativo, a cor preta...
É o nosso boletim meteorológico
ou um gráfico das emoções do ser humano,
porque é a realidade de cada um de nós...
Estamos muito, bem dispostos e sorrimos, a cor branca,
que também nos diz ensinamentos antigos que é o bem...
Também temos aqueles dias ou momentos 
em que ficamos depressivos, cansados, chatos, aborrecidos...
Conclusão, mal humorados e vemos tudo negro... aqui a cor negra...
Estas alterações do ser humano fizeram com que o homem desenhasse as emoções.
O que na realidade fica mais marcado na nossa memória é a cor negra...
Estamos a falar da Zebra... 
Ela mostra-nos também que podemos colocar
a boa e a má disposição onde quisermos.
A zebra... também como passadeira de peões...
Uma marca no alcatrão que nos alerta da passagem ou não...
Seja se queremos passar ou não, onde o livre-abítrio
é sempre nosso, de querer ou não. 
O código de barras do supermercado é uma identificação do produto
pelas novas tecnologias e, novamente, o querer ou não levar o produto. 
É como tudo na vida....
Tem o seu preço... 
Aproveito sempre a utilizar o código de barras porque, afinal,
é o bem e o mal, o branco e o preto, o sim e o não, o dia e a noite, a lua e o sol...
Estão sempre ao nosso alcance...
Temos que os saber utilizar da forma mais correcta, sem prejuízo para nós próprios....
Temos a zebra animal de uma elegância que nos ensina a fugir do mal...
O seu andar é inconfundível, mas a astúcia é de grande sobrevivência.
Sejamos como ela...
Fujam do mal, apesar de andarem vestidos como zebras...
Quem pinta...?
O branco é pintado de preto
ou o preto é que pinta as riscas brancas?


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A Melodia



Ouço a melodia...
Um cantar celestial...
Revejo a saudade,
a lembrança do teu sorriso...
A magreza de pele branca...
São cristais de neve
caídos em teus cabelos brancos,
perdidos pelo tempo,
que se confundem com o agitar 
da ondulação do encaracolado do cabelo. 
As lágrimas em teu rosto
são como bolas de sabão 
que ardem no piscar de olhos...
Pela alegria de te ver 
a melodia traz a doce aprendizagem de batutas...
Com a voz do violino encontro um tenor
que canta e encanta a melodia de Amor!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Um Nome


A escolha dos nomes dos apóstolos, Lucas 6, v.12.
Jesus escolheu 12 apóstolos...
Simão que teve o sobrenome de Pedro, André e seu irmão Tiago, 
João, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, Judas e Judas Iscariotes 
que mais tarde revelou-se o traidor...
Quando nascemos quem nos dá o nome são os nossos pais,
que por princípio a escolha será sempre entre os dois, pai e mãe,
para que ao chamar o nome sintam o peso da escolha do nome da criança...
Não por ser moda ou por ser a escolha dos padrinhos 
ou lembrança de alguém muito especial que partiu (faleceu)
ou apenas lembranças saudosas...
Porque a identificação justifica cada corpo 
e no crescimento, ao longo da vida da criança vai-se personalizando...
Jesus escolheu os seus discípulos e na escolha alguns escolheram outros nomes... Simão, Pedro...
Quantos de nós temos um nome e não gostamos...
Por exemplo, Teresa Paula, chamamos só Teresa porque não gosta da Paula...
Pedro Miguel fica só Pedro...
O Miguel até é esquecido durante muitos anos 
e só mais tarde alguém pergunta o nome completo e até acha engraçado 
e começam-no a chamar de Pedro Miguel...
Para nós espirituais a alma não tem nome, mas como temos o corpo 
e na sociedade em que vivemos tudo tem identificação,
ou seja, somos um chip identificado, peço que se identifiquem...
Um nome...
Já com a vantagem da nova tecnologia e a permissão de se escolher o que se quer...
Um nome é um passaporte para um caminho que o espírito escolher.
Se por exemplo, Elvis Presley, porque gosto do músico e da música,
não quer dizer que a criança seja músico, ou seja, faça o caminho da música...
Temos o caso de Eusébio...
Quantos nomes em sua homenagem e são rostos incógnitos, desconhecidos na sociedade.
Cada um é como cada qual...
Ninguém é como, evidentemente, dizia o Parafuso em Moçambique...
Peço que escolham os dois em conjunto e com muito amor
para que o chamamento seja desse amor, harmonia, alegria da lembrança que os uniu... 
O bebé não é uma coisa e não há nomes kármicos, porque não quero acreditar...
Há nomes que marcam pela diferença que se chama Amor...
Um nome...
Para mim, papá!
Para mim, mamã!