Era uma vez...
Toda a história começa assim.
Um patinho que nasceu num casal de patos,
pai babado, mãe feliz...
Porque não era só um, mas mais sete espertos e muito lindos.
Eu disse lindos, desculpem quase todos...
Quando crianças são todos lindos; as transformação vêm depois...
Havia um que era e sentia-se diferente, muito feio, desengonçado, de João trapalhão...
Os outros lindos, obedientes, a cantar todos os patinhos sabem bem nadar.
O tempo foi passando e começou a ver-se a diferença entre ele e os seus irmãos.
Julgava ele que era tão feio, tão feio que ninguém gostava e olhava para ele.
A diferença não era ele ou dele mas dos seus irmãos.
Todos nós sentimo-nos o patinho feio ao longo da vida
e até por vezes pensamos que os nossos pais não gostam de nós,
porque somos feios, desengonçados, trapalhões e olhamos-nos e vemo-nos feios...
A realidade é que os pais olham para os filhos e não vêem o bonito ou feio...
Não vêem o corpo, mas sim a essência do seu filho, os valores, as qualidades...
Podemos até ser o patinho feio, mas para eles somos um cisne, somos lindos...
Perdemos muito tempo da vida a pensar o que os outros estão a pensar
e deixamos de pensar em nós, na nossa vida...
Ao sermos o patinho feio não nos dá o direito de sermos mal educados, arrogantes...
A beleza é do espírito, a má educação é do carácter,
da atitude consciente com que magoamos quem amamos.
O patinho feio é lindo interiormente.
Por isso, transformou-se num cisne...
A alma reflecte-se no corpo, como diz S. Mateus.
"Se estiveres bem, todo o teu corpo é luz...
Se estiveres mal, todo o teu corpo será trevas..."
Dizemos muitas vezes, tem um ar tão doce, tão calmo, um ar tão feliz...
Tudo é reflexo do espírito... bonito, feio...
Está nas nossas mãos, nas nossas atitudes, nos nossos actos, valores...
Não se envergonhem de serem quem são.
Não tentem ser aquilo que não conseguem ser.
Somos, hoje, o patinho feio...
Amanhã seremos um lindo cisne...
Sejam lindos porque já o são...
Não façam o inverso...
Todos nós temos a nossa beleza.
Quando jovens temos uma beleza,
na velhice tem-se a mesma beleza, a beleza da alma...
O corpo apenas regista os anos.
Antes de estar envelhecido foi um corpo novo.
Aliás, mal nascemos envelhecemos...
Mas a alma não tem idade
e toda a beleza é construída pela alma...
De dentro para fora...
Também estamos a falar do calimero... tão lindo...
Sejam felizes e a alma agradece!