sábado, 24 de agosto de 2013

O Porquê



Mamã, porquê?
Porque não...
Porque sim...
Porque não podes...
Porque não vais...
Quando nos perguntamos porquê a nossa mente,
o nosso espírito está em estado alcoólico, ou seja, está em confusão.
Não pela bebida (álcool), mas pela confusão de ideias.
Vejamos, começamos a construir-nos por gestos ou linguagem por repetição. 
Toda a educação é fundada nos valores que acreditamos, ser o exemplo.
Quando por algum motivo somos contrariados
ou se sairmos da nossa rotina a pergunta que se faz é:
Porquê?
Contentes por ver a aflição da mãe, dos outros adultos 
continuamos a fazer uma, duas, três vezes, ou até mais.
Porquê?
Até termos a resposta que nos interessa ou nos faz conseguir o nosso objctivo
através do cansaço, ao ponto de fazer perder a paciência em que nos dizem:
"Cala-te que já não te posso ouvir, ou então, não sei... não, não sei."
Será tanto assim?
Há crianças muito inteligentes e não perguntam
apenas analisam em silêncio e até achamos que são tão lindos os nossos filhos...
Crianças a entenderem tudo sem fazerem a pergunta especial... Porquê?
Na fase adulta questionam tudo e todos... chamo revoltados.
Passam constantemente a perguntar o porquê.
Não o fizeram em criança porque entendiam, 
cresceram e não entendem o porquê...
Porquê meu Deus...
Porque é que me falaste assim...
Porque me deixaste...
Porque me aconteceu isto...
Para estes porquês não temos respostas, 
porque todas as respostas estão dentro de mim, nós...
Porque é que não consigo esquecê-lo(a)...
Porque é que só penso nela(e)...
Porque é que me engana...
Porque é que mentiu...
Porque me faz sofrer...
Tudo estes porquês... resposta... autorizo...
O porquê é o lado negativo da visão do momento em que questionamos
porque quando tudo está de acordo não fazemos perguntas.
Isto nos adultos, porque nas crianças é a contrariedade...
Também é o lado menos agradável deles...
Porquê?
Nasci, não tive escolha.
Morreu, não tive escolha.
Porquê?
Sorriu...
Amo...
Sou feliz...
Porque tudo é vida...
A vida nunca nos questiona.
Nós é que questionamos tantas vezes
até que o dia chega e pergunta:
Porquê?