segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O Pequeno Polegar




Esta história infantil já é muito antiga, contada pelos avós 
e pais e nunca nos cansavamos de ouvir...
O pequeno Polegar nasceu de um casal de lavradores que tinham sete filhos.
Eram muito pobres ao ponto de não saberem como os sustentar.
Até que um dia o pai lavrador disse para sua esposa:
"Tenho uma ideia para que os nossos filhos não morram à fome...
Vamos deixá-los no bosque... Pode ser que alguém os encontre..."
Não sabia ele que o pequeno Polegar estava a ouvir esta conversa.
Assim o disseram assim o fizeram...
Todas as crianças choravam, mas o pequeno Polegar dizia:
"Não tenham medo! Vamos deixar cair umas pedrinhas brancas 
e assim sabemos o caminho de regresso para casa..."
E assim aconteceu...
Quando lá chegaram a mãe estava lavada em lágrimas, 
arrependida por ter permitido que o seu marido os tivesse abandonado no bosque.
Mas a vida deles era realmente muito difícil...
E o pai, mais uma vez, voltou a abandoná-los no bosque.
Mas desta vez o pequeno Polegar deixou cair pelo caminho raminhos,´
que os passarinhos acabaram por utilizar para os seus ninhos,
e, por isso, ficaram perdidos no bosque...
Andaram, andaram tanto que, já cansados, 
encontraram uma casa e pediram que lhes dessem abrigo.
A senhora, muito simpáticam acolheu-os, 
mas cedo perceberam que era a mulher do gigante que os queria prender.
O pequeno Polegar, mais uma vez, protegeu os seus irmãos 
e fugiu com as botas mágicas do gigante que não andavam,
mas voavam e voaram até ao palácio do rei 
que ao vê-los decidiu fazer do pequeno Polegar o carteiro real.
Assim, conseguiu ter a família reunida e ajudar os pais e viveram felizes para sempre...
Todas as histórias infantis têm um final feliz...
Pergunto, posso também ter eu a minha história de vida feliz?
Sim, claro!
A astúcia do pequeno Polegar para tentar resolver todos os problemas, 
sendo ele uma criança, porque é que nós, adultos, não a temos?
A comodidade, o vitimizar-se, a lamentação, etc....
A vida mostra-nos as pedrinhas para poder voltar e analisar todas as situações,
assim como também o inverso...
Ou seja, quando pensamos que é o mais certo na altura,
acaba por ser o mais fácil e sofremos as consequências das nossas facilidades...
Realmente a vida é para ser vivida de acordo com os nossos princípios,
correcção, lealdade, sinceridade e partilha...
Com valores humanos conseguimos progredir e realizar todos os nossos sonhos...
Para chegar a esta etapa da vida somos sobreviventes, rostos desconhecidos,
esquecidos de memórias, embora a lembrança por vezes perdida desses rastos...
Os raminhos desapareceram magicamente e perguntamos porque me aconteceu.
Circunstâncias alheias a nós...
E ainda não contentes aparece um gigante a maltratar-nos,
ou melhor dizendo, somos recebidos com muita simpatia,
mas depois cobram-nos um preço alto, ao ponto de entrarmos em depressões 
porque julgamos que o erro é nosso, mas sobrevivemos...
A nossa capacidade de vida é muito grande, gigante...
Saibam utilizá-la sem desperdiçar com pequenos nadas...
Encontrem o vosso caminho com alegria, amor e muita força, muito querer...
Acreditar, principalmente...
Todos nós somos e temos dentro de nós um pequeno Polegar...

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A Almofada

 

Companheira de ilusões e desilusões,
onde me agarro e me entrego, como a mais ninguém faço...
No descançar o peso do corpo 
e no tentar adormecer o cérebro de vidas passadas, como presentes, 
enxugamos as lágrimas pela alegria, pelos dessbafos,
como a tristeza dos dias chuvosos...
Onde, eu e tu, somos companheiros(as) de quarto e de cama...
A solidão reclama a sua presença,
como quem está ao nosso lado, feliz... 
A luta começa aqui e o sono,
por mais agitado que esteja, estás em minhas mãos...
O meu rosto colado a ti e a maciez da fronha lavada e perfumada
traz de volta os sonhos acordados,
Como também o contar dos carneirinhos 1,2,3,4, ...
E tudo passa por magia da noite para o dia...
Oiço a música agarrada a ti 
com lembranças da imagem de infância, 
desenhando entre a leveza das penas,
como as gargalhadas da criança rabina...
És o centro do meu equilíbrio, do meu repouso,
do meu sono, dos meus sonhos...
Estou a falar da minha almofada,
minha companheira de tantos anos...
A ti ...
Aguardo, ainda, a minha primeira almofada...


Silêncio Falado



Senhor, em oração te peço...
No diálogo converso e no silêncio escuto a minha alma...
Falo entre as tuas mãos, abençoadas pelo calor da vida, 
chorando no teu colo, no teu regaço,
pelo abraço forte da saudade...
Senhor, caminho em tua luz consciente do dia e da noite...
Sem trocar o olhar, apenas te revejo
no amor sentido de gratidão de alguém 
leve e solto, perfumado... 
Esperança de transformação...
Uma metamorfose animal...
É o colher da flor com cheiros a terra,
águas que deslizam entre nuvens,
caindo como grinaldas de noivas...
Senhor, em teu ombro repouso
o meu descançar de consciência na lembrança de criança...
Brinquedo perdido algures na vida
e na vida balões de oxigénio dão arco-íris
ao sorriso maroto, vencedor de fortes ventos...
Senhor, leva-me contigo...

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O Destino



Destino desencontrado, 
cruzado apenas por uma linha,
onde a distância se encontra no viver...
Palavra sentida, 
vivida num deslumbrar de afectos 
descontrolados pelo abraço perdido...
Num chamamento religioso,
onde me penitencio sobre o meu corpo, 
ajoalhado(a) a teus pés...
Rogo-te, destino, 
que me leves por esse mar imenso...
Por essa floresta dentro, onde o sol ilumina...
Trilhas marcadas pela força do peso da vida...
São caminhadas percorridas pelo sorriso...
É um lavar de alma, em cascatas de lágrimas,
em transformações no vestido de noiva...
Onde o cantar da cigarra traz o fumo do vulcão...
O medo do fumo, do queimado...
Suja as mãos com cinza, 
desenhando na tela o retrato a carvão
da palavra destino...

domingo, 10 de novembro de 2013

O Arrependimento



Arrepender é uma das palavra que mais se utiliza nos dias em que vivemos...
Na nossa educação ensinaram-nos a não nos arrependermos de nada do que fazemos.
Sim, porque o arrependimento é sobre um passado longínquo,
ou presente mas sempre passado... 
Ouvimos dizer muitas vezes, 
se eu soubesse o que sei hoje não teria feito o que fiz...
Estou tão arrependido(a)...
Tudo na vida tem o seu momento próprio 
e se naquela altura achámos que estávamos certos
e consciosamente era assim, o tempo passou, o tempo é outro 
e o nosso amadurecimento de vidas também é outro...
Quando tinha quinze anos estava correcto o que fazia.
Hoje, claro, não se justifica fazer o mesmo.
Estou arrependida(o) de não ter vivido mais...
Estou arrependido(a) por não ter ajudado...
Estou arrependido(a) por por ter feito o que fiz...
Estou arrependido(a) de não ter estudado mais...
Se não o fiz, ainda estou a tempo para o fazer.
Não tenho que me arrepender porque ainda posso corrigir o erro...
São frases feitas onde não se pensa no que se diz, depois arrepende-se...
Arrependo-me de não ter feito mais...
Mas então não é arrependimento é um exame de consciência,
onde ela nos cobra por aquilo que não fiz e poderia ter feito mais...
Na palavra arrependimento a emoção é sentida na nossa consciência
e esse sentimento vem de dentro para fora.
De que vale dizer estou arrependido(a) da boca para fora
se os meus actos continuam a dizer o contrário...
Sim, o arrependimento das palavras e das acções são irmãs gémeas 
que não se podem desligar umas das outras.
O que quer dizer que se existe realmente o arrependimento
vemos mais as acções/palavras e vice-versa.
Em S. Lucas, 17, Jesus diz, se um irmão diz para o outro estou arrependido, 
perdoa-lhe setenta vezes sete.
O discípulo respondeu, aumenta-nos a fé... como posso estar sempre a perdoar,
não estou a educar mas a criar más educações
porque está sempre a cometer o mesmo erro...
Onde está o arrependimento?
Será que sou eu o errada(o)... estou errado(a)?
Sim, em muitos casos fazem-nos acreditar o contrário. 
Então, onde está a minha consciência e dignidade?
As cadeias estão cheias de pessoas arrependidas, 
mas quando saem de lá voltam novamente a fazer outros ou os mesmos crimes...
Também dizem, estou arrependido de matar a minha mãe,
mas já matou e o arrependimento não a traz de volta,
apesar de saber que há casos e casos,
onde a mente naquele momento não se consegue controlar... 
Fazem-se muitas coisas nesses momentos,
mas já se deram, de antemão, sinais que nós não vimos...
São actos de desespero, atitudes naquela hora...
Mas todo o controle vem da mente, o arrependimento vem da alma...
Na vida há o viver, o morrer...
Sintam, mas não vivam no arrependimento... 
Vivam de consciência tranquila... 
Mostrem com a vossa dignidade, honestidade e sanidade mental
que nunca se arrependeram do que não fizeram...
Ainda estamos a tempo de o fazer...
A vida é feita de escolhas...
Escolha a vossa...


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A Boneca de Trapos



Olá!
Sou uma boneca de trapos...
Fui criada pela minha mãe que era muito pobrezinha,
mas como éramos muitos filhos ela tentava agradar a todos por igual.
Chamo-me Lulu!
Fui feita com restos de tecido (a que chamamos de trapos)
e cada membro do meu corpo tem a sua cor padrão.
Sou muito flexível...
Posso ser muito grande como muito pequena,
de rosto claro como negro, porque o resto depende do tecido.
Mas como boneca de trapos que sou tenho a minha beleza,
porque também a beleza existe nas pequenas coisas...
O feio torna-se bonito quando amamos...
O gostar é gostar de algo... sapatos, calças, livros, carro, coisas...
Amar é amar o ser humano... mãe, pai, irmão, namorado, marido...
Amar é um sentimento, uma emoção...
Eu, a Lulu, uma boneca de trapos represento para alguém um valor emocional,
um gostar, um significado, uma lembrança de algo na vida de alguém.
Sou desejada pela minha insignificância porque pertenço a um mundo de dificuldades
e essa lembrança trás de volta o meu mundo adulto
que apesar de ter sido doloroso fez e continua, até hoje, a fazer-me sonhar...
Tenho cabelos de lã, cara redonda, olhos grandes 
e uma boca pintada de vermelho, sempre com um sorriso...
Aliás, todos nós temos sempre um perfil muito idêntico uns com os outros...
Sou uma imaginação desta mãe sobrevivente, de um mundo angustiante,
onde há a necessidade de sonhar...
O sonho comanda a vida e é muito triste quando deixamos de o fazer...
Todos gostam de mim, andam comigo ao colo...
Tenho muitas mães, também porque têm pena de mim, coitadinha...
Para a cabeça dos seres humanos estou sempre desprotegida...
A alma do humano tem necessidade de proteger o que está desfavorecido...
O instinto fala mais alto quando se trata de um ser mais fraco. 
Mas sou considerada uma boneca como tantas outras.
Não de porcelana, porque essas estão sempre guardadas em cima do guarda-roupa...
Posso andar sempre suja, mas tenho a vantagem de andar de mão em mão... 
Não saiu para passear...
Sou apenas uma boneca de trapos e o feio escondemos... 
Lulu tinha uma amiguinha muito gira, mas de diferente classe social.
Todos lhe chamam de Barbi.
Barbi princesa, barbi esquiadora, barbi cavaleira, etc.
A palavra barbi estava sempre ligada a alguma actividade, nunca estava só...
Um dia por força do destino cruzámo-nos na rua,
enquanto uma das donas olhava a montra, e aproveitámos para falar.
Perguntei-lhe porque estava tão triste e com lágrimas nos olhos...
Sim, sou uma boneca...
Não tenho alma, mas os humanos têm, respondeu-me.
E antes gostava tanto de ser como tu, Lulu...
Apenas uma boneca de trapos,
porque todos te podem pegar ao colo, brincar sem medo de estragar
e eu sinto-me sozinha, cada vez mais num mundo de solidão...
Pensei para comigo...
Como sou tão feliz por ter sido criada por uma mãe, e não por uma fábrica...
Tenho o meu registo personalizado...
Afinal eu tenho vida...
Sou a Lulu rodeada de afectos, desabafos, ternura e muito amor...
Sou um sonho de criança...
Esta lição entendeu Lulu: nunca devemos deixar de ser quem somos...
O importante é o ser e não o fingir que somos...
E todos gostam de nós porque somos assim...
Apenas bonecas de trapos...
Lulu...

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Cemitério



Um local de culto ao corpo, à memória de alguém que nos diz algo...
Para alguns é muito doloroso pela dor 
da perda de sentimentos com ligação familiar e emocional...
Os ricos, os pobres, o negro, o branco, todos nascemos e morremos 
do mesmo modo e a morte é a continuação da vida...
Estamos a falar de cemitérios, para mim lugar de respeito,
mas também posso dizer de exibicionismo,
onde vemos o poder económico da terra...
Claro, também um local de amor, harmonia, como também de racismo...
Se espiritualmente somos luz e se somos todos iguais, qual é a diferença de alguns?
Ou seja, os ricos ou melhor os mais favorecidos são sepultados nos seus jardins,
têm o seu próprio mausoléu nos seus castelos, também em igrejas...
Se vou aos cemitérios, não...
Faço a visita enquanto vivo e faço a veneração que tenho por alguém 
que faleceu no meu coração com amor, alegria e paz...
Se vou ser sepultada(o), cremado(a)...
Não, o corpo é apenas corpo...
A ciência precisa... um bem necessário...
O nosso povo, ou melhor a educação com que vivemos, não está preparado...
Existem muitos preconceitos...
Precisamos do corpo para venerar o morto para fechar um ciclo...
Temos o caso dos pescadores, dos desaparecidos, etc...
Mas pedi, dar-se-vos-á...
Buscai e achareis...
Pois todo o que pede, recebe e o que busca, encontra...
(S. Mateus, 7)
Se semearmos agora não será na minha geração que receberemos,
mas sim filhos, netos, bisnetos, ou até vinte anos depois...
Como canta José Cid, há muito, muito tempo...
Vinte anos mais tarde encontrei-te por acaso numa rua da cidade.. 
Já a ciência evoluída trará a cura para todos eles...
Para muitos casos da medicina...
Pensem com carinho...
Em S. Mateus, 23,v. 24-29, 
ai de vós hipócritas que sois semelhantes aos sepulcros caiados: 
por fora parecem formosos, bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos,
de cadáveres de toda a espécie, de podridão, que adornais os monumentos...
Nós adoramos a pedra mármore, porque a utilizamos muito.
Além da campa ainda a enfeitamos com imagens em pedra, fotografias, flores
e também existem religiões que levam um bom banquete... 
Ao colocar a pedra é para ter a certeza que não sai dali, está seguro.
Isso é o que pensamos, infelizmente...
Porque o espírito é luz...
Vamos viver com liberdade, em liberdade...
O dia de todos os Santos é o dia de todos nós, espíritos...


sábado, 2 de novembro de 2013

O Passageiro



De passagem encontrei o passageiro...
Viajante do mundo...
Queria trocar a vida, de lugar,
mas a penosa responsabilidade não o deixou.
Apertou o cinto...
O medo começou a borbulhar
e entrou em convulsões de ansiedade e paranóias
que levaram a chocar as nuvens uma contra a outra...
E o sol brilhante espreita pelo buraco da imaginação
e fica paralisado com o levantar e o pousar do voo...
E no bater de palmas...
Alegria nos seus olhos
de ver a luz ao fundo do túnel,
onde anjos o conduzem para um equilíbrio
de paz e tranquilidade neste seu mundo espiritual...
Mas o tempo chama por si...
Elevou a sua alma a um mundo de luz
e de passagem...
O passageiro canta o musical celestial,
numa harpa de harmonia de um maestro Divino...
Bailando em pontas pela vida fora...
Estou de passagem...
Sou passageiro...

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Tatuagem




Para os índios e também outras tribos de raça negra
a tatuagem nasce com eles...
Quer dizer as origens, os seus credos, como também posição social...
Mas a pobreza destas tribos obrigou-os a ter que apurarem a astúcia da sobrevivência.
Mas a degradação para nós com que vivem é para eles um estado normalíssimo.
Têm algo que nós não temos... a natureza virgem.
Mas em contrapartida é necessário a evolução
para mostrar o quanto o ser humano evoluiu.
Gosto e respeito as tradições e cada macaco tem o seu galho 
e nós não podemos ser outros mas nós mesmos...
A tatuagem, de hoje, em dois é feita abusivamente,
onde queremos personalizar e cobramos por perder essa própria identificação 
e passamos a ser ridículos, ou seja, pior que os da tribo.
Porque eles são tradição, nós somos vaidade...
Até posso chamar de algumas aberrações....
Respeito todos os que são tatuados, mas é um exagero para mim, 
sem ofensa para quem o faz...
O equilíbrio é essencial à mente humana.
Existem tatuagens tão lindas e reais, mas feitas com segurança
leva a semente de também tentar fazer uma...
Estamos a falar de tatuagens no corpo, mas também temos a tatuagem na alma
que pode ser os maus tratos, a dor das palavras, a refeição registada na nossa alma...
Mas também falo de tatuagens de amores que vivemos,
que ficam connosco para o resto da vida...
Amores vigiados, amores impossíveis...
Amar de amar...
Não precisa ser física...
Chamo a tatuagem da alma...
Quem nunca teve ou tem...
Porque as tatuagens da alma são as emoções de cada ser humano 
e a partir daqui é que surge a tatuagem no corpo com o significado da alma...
Perguntamos, porque fizeste?
Resposta pronta, porque gosto e acho giro...
Se gostamos de tanta coisa e achamos giro porque não tatuamos?
Porque não é importante, porque não nos trás emoções...
Necessitamos de sentir o amor ou dor para registarmos em nós.
Também temos aquelas que com o desespero da solidão,
acabam por fazer tatuagens em seus corpos para que não magoe outros
e fica registada como tatuagem africana... 
Afinal eles acabam por ter a sua razão... 
Nós é que tentamos imitá-los e estamos em regressão.
Escrevo já com a tatuagem feita em minha alma,
a tatuagem do amor, alegria, mas principalmente vida, fé, acreditar, o sonho...
Melhor... tatuagens de lições de vida...

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A Folha



Solta pela vida encontro-te aos meus pés
desfalecida pela queda...
Quando nova a segurança apertada
pela força da vida...
E no final da estação 
qual pretensão vigiada pelo sol...
Foges da árvore mãe e encontras a solidão
de uma união de morte no alcatrão,
onde ficas quieta e despercebida...
Com todos os olhares de rostos desconhecidos... 
A cor de cobre embeleza o jardim
zangado pelo trabalhar da roda, 
ruído que perturba o silêncio da noite...
E luzes opacas deslizam pelo luar da madrugada 
no despertar embriagado...
Assim morro em tuas mãos, 
transformado com prazer...
De embelezar a vida numa peça única
que me faz sorrir,
mesmo nessa procura constante de arte...
Que eu sou...
Utilizada pelas mãos de uma criança...


domingo, 27 de outubro de 2013

Os cabelos



A vida é como os penteados,
ou seja, depende dos cabelos que cada ser humano tem...
Nascemos e os pais logo destinam o que fazer com os nossos cabelos,
se curtos ou longos...
E eles são precisamente o que nós somos...
Lisos, ondelados... consequência de serem verdadeiros ou não...
E a personalidade está de acordo com o seu perfil.
Somos insatisfeitos por natureza, o que quer dizer que 
se são lisos queremos pô-los ondulados
e se são aos caracóis, ondulados não gostamos 
e tentamos pô-los lisos. 
O tempo vai passando e a qualidade do cabelo já não é a mesma
e dizemos muitas vezes: "Não sei o que se passa com o meu cabelo..."
Será que não sabemos ou somos a avestruz que esconde a cabeça debaixo da areia
e fica com o corpo de fora convencida que está escondida?
É verdade, se os cabelos são o nosso reflexo, 
automaticamente mostramos se estamos muito nervosos ou felizes...
Depois temos o problema da cor 
e inventamos penteados para disfarçar a tristeza dentro de nós.
E como também queremos levantar a auto-estima 
elaboramos esquemas para mostrar o que muita das vezes não somos...
Um penteado deve ser feito de acordo com o rosto de cada um de nós.
Se, por exemplo, eu calço o número 36 de sapato 
não posso levar para casa o número 38, por mais que eu goste... 
Com as modernices pintamos os cabelos de várias cores, 
como também podemos fazer novos cortes de cabelo num abrir e fechar de olhos.
E na mesma queremos que o cabelo tenha a mesma força, fortaleza, seja o mesmo cabelo...
Se todos nós, todos os dias o estragamos inventando problemas
temos a necessidade de um novo visual para esconder o que não queremos ver
e passamos a ser como o camaleão que muda de cor consoante o local.
Não, não estou a falar de políticos mas de seres humanos.
Nascemos com as nossas características 
e vamo-nos modificando ao longo da nossa vida,
por isso o cabelo é o reflexo de tudo...
Vamos lavá-los, tratá-los e ao mesmo tempo estimá-los que é o mesmo que dizer
que o sistema nervoso é o ponto principal para que o cabelo esteja belo.
Por vezes é oleoso, seco e não entendemos,
mas também não procuramos a cura.
Dizemos, ele é assim...
Como tudo na vida há que saber utilizar o dom de Deus, a beleza.
Sim, porque se tudo o que Deus faz é belo 
e se somos filhos de Deus, porque não não o somos? 
Belo no seu interior, mas também o seu exterior fazem um casamento belo...
Não estraguem um bem valioso, 
porque muitos desejariam ter e por infelicidade não o têm...
Sansão e Dalila...
Realço a mensagem desta história de amor, 
onde a força que Sansão tinha era a de seus cabelos...
Ele assim quis acreditar...
A força, a beleza, o amor está dentro de cada um de nós...
Por isso, vamos abrir a porta à luz suave da vida!


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A Oferta



Jesus estava sentado na praça a ver o povo a ofertar
e eles, ricos, depositavam grandes quantias de dinheiro.
Chegou uma pobre viúva e lançou duas pequenas moedas.
Jesus chamou seus discípulos e disse:
"Em verdade vos digo que esta pobre mulher 
deixou mais do que todos os outros ofertantes...
Porque eles deixaram o que lhes sobejava 
e esta mulher deixou tudo quanto possuía, todo o seu sustento..."
(Marcos 12, v.41-44)
Hoje quero falar da oferta...
Nós somos a oferta em que damos tudo...
Há dois tipo de oferta...
O que oferece para dar nas vistas,
como os ricos que davam na praça 
ou aqueles que batem a mão no peito 
em frente de todos na igreja 
e se servem do nome de Deus para serem vistos...
Que dão um chouriço se lhes derem um porco...
Um ditado popular que nos dias de hoje cada vez mais se utiliza...
A sinceridade no dar está cada vez mais escondida.
Quando vimos um mendigo no passeio não damos, olhamos, criticamos.
Ou se ofertamos, damos sempre àqueles que não precisam.
Exemplo, a assistente social, a cáritas, a televisão,
onde certas pessoas vão lá como vítimas e a realidade é o contrário.
Mas como dá audiência, nem se dão ao trabalho 
de ver se realmente estão a ser correctos... 
A sociedade em que vivemos é de uma fartura enorme, graças a Deus. 
Temos casas com crianças cheias de brinquedos,
porque os pais não conseguem dizer não 
e muitas vezes dizem:
"Escolhe aquele brinquedo que já não gostas mais.
Vá lá vamos dar aos meninos pobres..."
Pergunto: Onde é que eles estão?
Não vejo pobreza, mas vejo pobreza de falta de cabeça, orientação...
O que me deixa muito triste por gozo desta hipocrisia, do faz de conta...
A oferta de coração é como a da pobre viúva 
que tendo nada ofereceu de coração....
Pedis, recebereis...
Buscai e achareis...
Pois todo o que pede recebe...
O que busca encontra...
E a quem bate, abrirei...
(S. Mateus)
O que quer dizer que Deus acrescenta sempre em dobro
pelo nosso trabalho e honestidade.
Sejam sinceros convosco próprios...
A igreja deveria ter um papel mais activo na sociedade de pé descalço,
mas só vimos o contrário...
Eles a pedirem por tudo e por todos.
No fim, quem se senta à mesa do rei, coentros e rabanetes,
música cantada pelo Rodrigo...
Uma crítica bem aplicada à sociedade em que vivemos.
Por hoje, deixo a minha oferta de coração...
Palavras escritas com emoção...
Acreditar num mundo melhor, num mundo de luz!

domingo, 20 de outubro de 2013

O Ovo Kinder



A vida é como um ovo kinder...
Somos crianças que adoramos chocolate e surpresas.
E como todas as crianças adoramos toda a festa, o desembrulhar a prenda... 
Se nos lembrarmos do primeiro ovo kinder o chocolate era de leite 
e forrado por uma prata com desenhos.
Dentro havia uma caixinha de plástico
e dentro dessa caixinha havia as surpresas...
Todos diziam, quero um ovo...
E adorávamos, como crianças que eramos...
Mas eram os pais que diziam primeiro, deixa que eu ajudo...
Aliás ainda hoje ouvimos estas palavras.
Curiosamente também sentimos essa alegria de criança dentro de nós.
O tempo foi passando e esquecemo-nos 
ou até envergonhamo-nos de certas brincadeiras que toda a criança gosta de fazer,
porque parece mal...
As pessoas estão a olhar para nós
e eu tenho vergonha daquilo que possam pensar de mim...
Estou a fazer figura de palhaço...
Que merecem o meu respeito...
Sempre deixo a mensagem para os Drs. Palhaços.
Muitas vezes esquecem-se deles, mas deixo a minha homenagem,
porque gosto e amo este trabalho deles que trabalham a alma de crianças 
e de adultos indefesos numa cama de hospital...
Sem necessidade de serem artistas, apenas eles próprios...
Voltando ao ovo kinder, ou ovo surpresa, comemos o chocolate e ficamos felizes.
Mas a surpresa...
Pois, a vida é essa surpresa...
Não temos tempo de brincar, de saber abrir a surpresa, 
porque é para crianças e vamos adiando dia após dia, ano após ano
e continuamos com a caixinha nas nossas mãos sem tempo para a abrirmos...
O ovo kinder nunca passa de moda, apenas mudam as surpresas 
e para nossa surpresa não temos paciência novamente para brincar.
O chocolate foi saboreado como na nossa juventude
que é muito saborosa, mas não a valorizamos...
Temos pressa de ser adultos que deixam a caixinha de lado
porque é para crianças e eu quero ser adulto.
Quando adultos queremos ser crianças,
mas ninguém nos acha graça,
porque a vida já deixou de ser uma surpresa...
Não tenho tempo...
A vida ensinou-nos que a maior surpresa que temos na vida...
É a própria vida...

Os Jeans

 

Olhei para ti e vesti-te...
Estavas delirante numa montra...
Olhares curiosos a espreitar pela admiração do contraste
do poder ter ou não ter...
A tua cor, como todas as outras,
o cinto realçado pela fivela marcante de marca...
Encontro a minha medida
pelo olhar agradável do espelho,
onde me revejo no desejo de te vestir...
Suavidade ao toque e lembrança do talco
faz-me sorrir, inclinando a cabeça num deslizar 
do cabelo entre os dedos, de recordações fantásticas...
Pelo andar desajeitado de medos,
corpo prisioneiro numa elegância desnudada,
passarela de aguarelas de concentração...
E no meu closet a variedade é abundante,
onde te conjugo com o baton...
Bato à porta...
O sol quente brilhante...
Aqui vou eu jeans...

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O Segredo Guardado a Cadeado



Todos nós sabemos o que é um segredo.
É algo que nos pertence...
Só a nós...
Que não se partilha com nenhum ser humano, porque é importante...
Pode ser mágico e, por isso, guarda-se a cadeado...
Há vários tipos de segredos, mas o mais comum 
é aquele que levamos connosco para debaixo da terra.
Pode até não ter significado para os outros, mas para mim é um segredo...
O livro dos segredos...
Todos querem saber o segredo.
Que pena...
Não conseguem...
A casa dos segredos...
Tanta manipulação da mente para tentar desvendar segredos...
Mas esses são vendáveis, corriqueiros, fantasiosos, exibicionistas...
E nós, seres humanos, gostamos disso, cuscar, 
porque nos torna superior ao outro.
Queremos descobrir sempre os podres dos outros
para nos convencermos, a nós próprios, que afinal não somos tão fracos...
Segredo fechado a cadeado...
É aquele que pode pôr em jogo vidas humanas, que destrói o homem ...
O cadeado representa o selar o segredo...
A nossa língua muitas vezes não cabe na boca e falamos,
provocando mortes de almas...
Temos também o segredo da Bíblia... 
Até aos dias de hoje ainda não conseguiram desvendar o segredo das entrelinhas,
porque o segredo da nossa vida está lá toda escrita, 
desde o passado, presente como o futuro...
O segredo é ler com os olhos da alma...
Primeiro pedir sabedoria para poder entender...
Nunca desfolhem a Bíblia como se fosse um livro qualquer.
Ela tem muita sabedoria e como diz,
nem olhos viram nem ouvidos ouviram o que penetrou na mente de Deus...
É segredo... 
Não, o segredo está na nossa alma...
De entendermos com verdade não manipulada ou desfocando os factos, a realidade...
Todos temos o segredo...
Também podemos ter um segredo...
Depende da educação com que fomos criados, religiosa ou não.
Quer dizer que se eu der um beijo e pensar que é pecado,
então guardo este segredo com medo que Deus me castigue...
Depende da idade, da intenção com que se fez... 
O segredo é a alma...
O segredo é a consciência...
Tudo é tão transparente se os olhos da alma estiverem bem...
Acreditem, pode durar uma vida...
Podemos tê-lo connosco muitos anos, mas a verdade vem sempre ao de cimo...
Tenho o segredo de ser feliz...
Partilho convosco sempre nas minhas mensagens que vivam um dia de cada vez...
Vivam para vós... 
Deixem de pensar com a cabeça de outros e amem...
Sintam o amor pela terra, chuva, água, vento...
Pela estrada, pelo mar, pelo filho(a), pelo esposo(a), pela mãe, pelo pai...
Não interessa se gostam de nós...
Nós é que temos de gostar e amar...
E esse amor fortalece a nossa alma, o nosso equilíbrio... 
O segredo que todos nós procuramos...
Amar e ser amado!


A Noite



No adormecer da noite ouço as estrelas,
brilhando para mim...
E o luar da lua cheia brilha como o sol em dia de Verão...
Deitado(a) sobre os meus pensamentos
minha alma clama a liberdade da noite.
O corpo prisioneiro ao trabalho 
não deixa a mente transparente
pela labuta de um olhar cansado do sono...
Noite... 
Liberdade de espírito...
Liberdade de viajar para um país longínquo,
onde me liberto como o vento
e me espalho em cinzas de uma morte fictícia...
E na penumbra da noite sinto 
o meu corpo celestial em teu luar,
apenas onde anjos de luz me levam ao teu encontro...
Senhor meu Deus, 
a noite transforma-se em luz (dia) 
e é-me revelado a beleza dos pólos...
Noite, liberdade...
Dia, luz...
Um ciclo onde se vive para viver...
Boa noite!
Bom Dia!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

13 de Outubro



Senhora de Fátima...
Tantos quilómetros percorridos com orações na estrada,
onde os terços são usados 
e gastos de tanto chorar e lembrar...
O quanto me proteges...
O quanto me guias...
Na lembrança de minha mãe...
Qual nome dado para promessa...
Da cura da doença... 
E o milagre da Avé Maria...
Sobe ao céu estrelado pela nuvem chocada com a chuva...
Penetra em meu corpo e ajoalhada peço perdão...
Senhora de Fátima... 
A vela acesa no concentrar da multidão...
O brilho do cântico de lenços brancos no adeus à Virgem...
Dia 13 de cada mês...
A saudade, luz pelas mãos unidas
e num regresso de promessa cumprida...
Ajoelhada a teus pés, minha alma jubila
do braço protegido pelo embalar do colo de mãe Maria...
Numa viagem para Roma encontro apenas o que me querem mostrar...
Um adorar a imagem, 
preparando a fé da peregrinação do 13 de Maio a 13 de Outubro...
Os três pastorinhos, Jacinta, Francisco e Lúcia, 
ficaram de guarda dos segredos guardados na pia baptismal...
Onde a vela acesa, num jogar sem me queimar...
Assim é em Fátima...
A Fé é atirada com medo do fumo negro e do queimar dos dedos... 
Pai Nosso...
Avé Maria...


domingo, 13 de outubro de 2013

Amores Perfeitos


 

Na vida do ser humano procuramos sempre a perfeição nos outros.
Por vezes também somos perfeitos...
Desculpem....
Tentamos ser perfeitos ao ponto de nos tornarmos perfeccionistas
que para mim é um grande exagero. 
Mais tarde passa a ser doença mental, psicológica a que eu chamo de medo
de serem confrontados com a realidade normal de cada ser humano que é errar...
Se ao nascer somos ensinados... durante, até ao fim das nossas vidas...
Por isso dizemos que a vida é uma escola 
e estamos sempre em aprendizagem...
Então pergunto, onde está o erro?
Vejamos:
Nascemos e achamos que os nossos país nunca erram...
Crescemos, desde o professor, ao patrão, ao(à) namorado(a),
sempre a pensar que os outros é que estão certos,
porque a verdade da perfeição está sempre neles e não em mim...
Por isso sou perfeccionista...
Casamos, procuramos no marido ou esposa um idealismo da perfeição...
Ao namorar aceitámos, depois de casados queremos exagerar na mudança.
O esposo(a) começa a fugir das mãos, porque o control, 
não controlado, não serviu para nada...
As mudanças que queríamos não foram trabalhadas...
suficientemente perfeitas... erramos...
Como não admitimos procuramos outro(a) homem, mulher 
para mostrar ao outro ser estranho o que o outro sabe sobre nós...
A procura de amor perfeito, sem o ser... 
Esta procura de amores perfeitos é um encontrar de ilusões e desilusões
que se dissolvem num querer ser mais perfeccionista... 
Olhamos para quem amamos e julgamos de uma perfeição...
Mas são os nossos olhos... de um amar o perfeito...
O Deus transforma-se pelo perfeccioninmo... fica diabólico...
Ou seja, o bom foi transformado em mal...
Choca-nos imenso ter a sensação de termos errado...
O perfeccionismo é apenas para aprender, corrigir,
as nossas atitudes, acções, personalidades sem exagero...
Os amores perfeitos não existem...
Andamos sempre à procura do fim do arco-íris... 
E nunca o achamos porque a natureza apesar de ser perfeita
nunca conseguimos entender como se transforma...
Ao entrarmos na alma do ser humano é um labirinto,
onde é difícil depois conseguirmos sair...
A palavra saída fica obstruída por um entulho de ideias e de pequenos nadas...
Para sermos perfeitos... 
E esses amores perfeitos são flores lindíssimas, mas também comestíveis...
Mas continuo a acreditar que se melhorarmos o nosso Eu
passa a ser valorizado por nós e também por quem nos olha 
e voltamos novamente ao ciclo de nascermos e voltamos à vida 
e tentar ser perfeitos para os outros...
Nós somos o que somos... o que pensamos...
Não tentar ser outros, nem deixar que nos manipulem...
os nossos pensamentos, a personalidade... 
Não nos fazem felizes e não nos deixam ser felizes...
Amar é ser amado...
Deixo o alerta:
Se por acaso sentir estados de pânico, depressão, 
solidão são medos escondidos por detrás do perfeccionismo...
Cultivamos os amores perfeitos...
Façam o vosso jardim, mas não se esqueçam que
as ervas daninhas existem em qualquer jardim...
A dedicação e o gosto é uma arma para a beleza do nosso jardim... 
Sejam amores perfeitos!

O Palco



Canto e encanto num bailado em pontas...
Laços e laçarotes pelos cabelos longos,
palavras enchidas na magia do amor...
A luz brilha em foco de um olhar fechado
pela memória da concentração do guião
esquecido na gaveta do tempo...
Roda o cenário, as vestes coloridas
pelas palmas de um bis...
Deixo entrar o fantasma da ópera
e loucamente a magia...
Entra na alma perdida pela beleza da imaginação...
Qual espírito...
Morta em meus braços,
deliciando-me em teu corpo esbelto...
Qual Romeu e Julieta beliscando um amor eterno...
E o final do fechar as cortinas...
A personagem... 
O silêncio...
O bater de asas da imaginação...

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A Violência Doméstica



Entre marido e mulher não metas a colher...
Um ditado já muito ultrapassado pela sociedade em que vivemos.
Aliás, ultrapassado num sentido péssimo.
O que dantes fazíamos... discutir, ralhar, uns gritos, um sair de porta...
E no regresso fazia-se outro filho...
Nove meses depois nascia...
Fruto da reconciliação...
Mas fazíamos...
Neste tempo, nesta sociedade nem tempo, desculpem, nem boca podemos ter...
Podemos ter assistência social... está a escuta...
Voltamos ao tempo da ditadura...
Não, nada contra...
Apenas sei que nesse tempo havia educação e respeito,
como também havia coisas que não concordava, mas é outro pormenor.,
Hoje, os jovens casais não falam.
Aliás falam em silêncio com o computador e amigos virtuais, casamentos também virtuais...
Os corpos estão presentes, mas o espírito está longe...
E a violência doméstica é com os filhos...
O poder nem é com eles...
Como já disse são virtuais, nem presentes estão...
A frieza do amor é sentida nas feições sofredoras...
Jovens velhos...
E elas depressivas...
Chamo violência doméstica ao silenciar do faz de conta.
O poder destes jovens namorados que têm um com outro
ao poder da entrega à bebida, ao poder da entrega ao charro...
Pela noite dentro brincando com os valores da humanidade...
Com facebook, onde também são complicadas e complicam os de lá, do outro lado.
É o que faz isso, a solidão...
A procura da auto-estima, da valorização pessoal...
O faz de conta de mostrar uma imagem que não é a dele(a),
mas que intercede com o poder de se mostrar...
A violência doméstica é mostrada por todo o mundo, na morte de Jesus Cristo.
Vejamos, nós vemos um homem que é espancado até a morte e crucificado.
Tem que levar a cruz pesada até ao calvário e quem se atrever a ajudar é espancado.
Como pode provar a sua inocência?
Pergunto, isto é o quê?
Como podem utilizar em nome de Deus esta violência ao mundo, em cinema
se nós condenamos a violência?
Não tenho nada contra a igreja, mas a espiritualidade está evoluída.
Não viemos ao mundo para ver esta degradação humana.
Quem fez foi o homem e ainda se vêm gloriar de todo o mal
que fizeram em praça pública sem serem condenados...
Acham correcto este comportamento,
sem ninguém pôr as mãos para proteger Jesus Cristo?
Sempre existiu e existirá, de maneiras diferentes,
o incesto, a pedofilia, o masoquismo...
Desde que ponha em causa o ser humano é violência doméstica.
Quando houver casamentos reais com sentimentos,
com respeito, amor, então não haverá violência doméstica.
A falar é que nos entendemos.
Mas como diz a regra da boa educação depende do falar, das palavras...
Elas não doem no corpo, mas na alma...
E essas são piores...
Somos surdos, cegos, mudos...
Somos uns deficientes de espírito
quando dentro de nós temos preconceitos, racismo e o medo de amar, respeitar...
Por isso deixo a mensagem:
A violência doméstica existe porque o homem permite.
Dá muitos postos de trabalho a muita gente.
E nós ficamos novamente na ignorância.
Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti....