De mãos dadas fazemos a corrente da vida, o dar e o receber,
mas só é possível se estivermos em sintonia...
Há mãos que se agarram à vida como a sobrevivência,
outras que se deixam escorregar porque lhes vão faltando as forças
e este elo, esta corrente será a rede de protecção que preciso...
Pego na tua mão, junto ao meu peito, e respiro a certeza da fortaleza
de uma corrente que me liberta desta fragilidade
e a promessa da segurança nos teus braços...
Adormeço na resistência de aço pelo afago de palavras correntes
e ouvidas num mundo com vontade de vencer cada dia.
Temos a ponta da corrente entre o começar e o terminar...
Duas razões opostas que lutam procurando cada uma o seu lugar...
Vence o elo mais forte, não só fisico como intelectual, sabedoria...
Mas a força do querer, a liberdade arrebenta,
partindo toda uma vida, corrente, mesmo os braços mais fortes...
As fibras desfazem-se e os tendões ficam presos algures...
Olho a vida de mãos dadas, ainda a acreditar
na corrente da amizade, do amor, do respeito...
Deito o meu rosto com delicadeza na tua mão e vejo como sou criança...
O tempo passou e encontro um esqueleto de alguém desaparecido...
Ficou a saudade e o lugar nunca esquecido...
De mãos dadas, a corrente...