Rasgo um sentimento em retalhos...
Pedaços de vida quebrados no meu corpo
como as estalactites perdidas nas grutas profundas...
Minha alma no mar gelado...
Passeio o meu espírito por mundos proibidos,
sinto no meu corpo retalhos arrancados por tuas mãos
cobertos por um sorriso no voar da cegonha...
Ninhos feitos em correntes de luz...
Nasço de transformação de cirurgias
e disfarço a cicatriz desenhada pela dor da partida...
Retalhos com histórias lembradas e contadas pela cor da mentira...
Lágrimas de sal transformam-se em suspiros doces, muito doces...
Reconstruo em puzzle a perfeição da minha alma,
num nascimento completo, onde os retalhos são apenas lembranças...
Vida de retalhos transforma-se em momentos, apenas...
Vida de palavras, fica o eco na montanha...
Vida de acção, o sonho realizado...
Vida de ilusão, o vazio...
Retalhos, apenas pequenos nadas, mas juntos constroem...
Retalhos, sim...
Sou apenas um retalho perdido por alguém
na esperança de ser encontrado...
Retalhos...