segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Álcool




Pego em ti e meto para dentro de meu corpo
Não interessa qual o liquido mas o importante é matar a sede do vazio dentro de mim
Rótulos...são preços  para a minha carteira 
Do que não tenho mas a sede de ter é grande na minha imaginação
procuro a resposta de todo um fracasso invisível dentro de mim
Na agonia de sobreviver afogo-me no álcool....queimando o que resta de mim.... vida...força
O copo gasto de tanto utilizar fica sujo pela consciente de uma atitude..
O liquido esse é um tesouro aos meus olhos e bebo sofregamente  deixando escapar por entre os dedos vidas
Não só a minha mas de quem me rodeia e me ama...que são  alcoólicos  impotentes de uma cura perdida  num braço de ferro
O vencedor são  almas perdidas... andantes.  esgotadas e evaporadas pelo esconder da vergonha
álcool...mendigo  do próprio destino  sem bússola
busca no olhar de uma garrafa a coragem perdida de afectos outrora há muito esquecida do afago em meu rosto
Amores ...só por ti porque me dás o direito de imaginar numa golada  só
A sujidade de meu corpo são a vergonha da sociedade porque deixei o certo pelo incerto...
Não quero dar-me ao luxo de trabalho tão íntimo ...prefiro a ilusão do álcool 
Há verdade de quem eu sou...
Um pedaço de nadas...
Com muitos nadas construídos...